ATA DA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 09-3-2006.
Aos nove dias do mês de março do ano de dois mil e
seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Bernardino
Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely,
Margarete Moraes, Maria Celeste, Mônica Leal, Neuza Canabarro e Raul Carrion. Constatada a existência de
quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ibsen Pinheiro, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício
Dziedricki, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Professor Garcia e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Ervino Besson, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
005/06 (Processo nº 0999/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de
Providência nos 311, 312, 315, 316, 317, 318, 319, 320, 321, 322,
323, 324, 325, 326 e 327/06 (Processos nos 1114, 1115, 1129, 1130,
1131, 1132, 1133, 1134, 1135, 1136, 1137, 1138, 1139, 1140 e 1141/06,
respectivamente); pela Vereadora Manuela d’Ávila, os Pedidos de Informação nos
057 e 058/06 (Processos nos 1062 e 1063/06, respectivamente); pela
Vereadora Margarete Moraes, o Pedido de Providência nº 269/06 (Processo nº
0998/06); pela Vereadora Mônica Leal, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 004/06 (Processo nº 0949/06); pela Vereadora Neuza Canabarro, o
Pedido de Providência nº 310/06 (Processo nº 1112/06). Após, constatada a
existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal de autoria
do Vereador Raul Carrion, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão. Também, o Vereador Bernardino Vendruscolo manifestou-se, registrando
a presença do Vereador Nilo Soares Gonçalves, do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro do Município de Alegrete – RS. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a
assinalar o transcurso do nono aniversário do Programa Polêmica, da Rádio
Gaúcha AM, e a homenagear o seu apresentador, Jornalista Lauro Quadros, nos termos do Requerimento nº 003/06
(Processo nº 0021/06), de autoria do Ver. Raul Carrion. Compuseram a
Mesa: o Vereador Luiz Braz, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre; o Desembargador João Armando Bezerra Campos, representando a
Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o Jornalista
Renato Bohusch, representando o Senhor Antonio Hohlfeldt, Governador em
exercício do Estado do Rio Grande do Sul; o Jornalista João Batista de Melo
Filho, 1º Vice-Presidente da Associação Riograndense de Imprensa; o Padre Luiz
Vunibaldo Melo da Silveira, Chanceler da Arquidiocese de Porto Alegre,
representando o Arcebispo Dom Dadeus Grings; a Jornalista Maria Luiza Borges,
Coordenadora da Assessoria de Imprensa do Gabinete do Secretário da Educação do
Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor
Zélio Wilton Hocsman, representando o Conselho de Cidadãos Honorários de Porto
Alegre; o Senhor Cláudio Toigo Filho, Diretor da área de rádios da Rede
Brasil Sul de Comunicação – RBS; e o Jornalista Lauro Quadros, apresentador do
Programa Polêmica da Rádio Gaúcha AM. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion ressaltou a importância de espaços que viabilizem a discussão democrática, afirmando que o Programa Polêmica, desde a sua
fundação, vem cumprindo esse papel, sendo hoje reconhecido como formador de
opinião e veículo de conscientização e mobilização da comunidade. Ainda,
saudou o Jornalista Lauro Quadros, asseverando ser Sua Senhoria exemplo de profissional que
prima pela qualificação técnica e responsabilidade social. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, a Vereadora Mônica Leal atentou para a pluralidade observada no Programa Polêmica, frisando que as entrevistas ali efetuadas contam com
convidados representativos de diferentes segmentos políticos e ideológicos,
resultando em visões diversificadas que abrangem a totalidade da população. Nesse
sentido, elogiou a postura isenta e democrática
que, segundo Sua Excelência, tem sido norteadora da atuação do Jornalista Lauro
Quadros, ora homenageado. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Nereu D’Avila comentou
a influência dos meios de comunicação
na sociedade contemporânea e o significado da liberdade de imprensa para a
conquista e consolidação da democracia. Igualmente, enalteceu a capacidade
do Jornalista Lauro Quadros de conduzir
os debates organizados pela equipe produtora do Programa Polêmica, que
viabiliza a expressão de opiniões e a construção da crítica e autocrítica
frente a temas de interesse da coletividade. Na ocasião, o Senhor Presidente
registrou as presenças das Senhoras Maria Helena, Carla e Carmem Quadros e dos
Senhores Victor Grunberg e Mário Krumhotz, familiares do Homenageado; do Senhor
Jorge Goularte, ex-Vereador desta Casa; dos Senhores Ângelo Giugliani Chaves, Darci Antonio Mallmann e Glauco
Samuel Chagas, Diretores do Hospital Divina Providência; da Senhora Rita Campos
Daudt, Diretora de Relações Institucionais da Brasil Telecom Sociedade
Anônima – Filial RS – e Presidenta da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas – ADCE. Também, o Senhor
Presidente registrou o recebimento de correspondência alusiva à presente
solenidade, enviada pela Jornalista Ana Amélia Lemos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Claudio Sebenelo analisou as qualidades que levam ao sucesso de um
profissional, afirmando que o
Jornalista Lauro Quadros pode ser considerado, hoje, um dos melhores e mais
conhecidos apresentadores de rádio de todos os tempos. Da mesma forma,
sublinhou que o Programa Polêmica possui
como eixo básico a desmistificação das certezas e a busca da verdade,
contribuindo de forma efetiva para o esclarecimento e a conscientização dos cidadãos.
A Vereadora Clênia Maranhão registrou, em nome de sua Bancada, o reconhecimento
aos serviços de comunicação prestados pelo Jornalista Lauro Quadros, justificando
que a presente homenagem não é só dos Vereadores desta Casa, mas de toda a
comunidade porto-alegrense. Além disso, declarou que o Programa Polêmica tem a
característica de interagir com os ouvintes, valorizando o pensamento do cidadão
comum e expressando o respeito à diversidade de idéias. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia corroborou os elogios formulados ao
Programa Polêmica, salientando a importância e a complexidade dos temas abordados
pelos entrevistados desse Programa. Em relação ao assunto, enalteceu o desempenho
do Jornalista Lauro Quadros na intermediação desses debates, destacando a
capacidade de Sua Senhoria em discutir, de forma séria, inteligente e competente,
tópicos altamente controversos. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Margarete Moraes
sublinhou a justeza de se homenagear o Programa Polêmica, chamando a atenção
para o dinamismo e a atualidade que são características desse programa e apoiando
a realização de debates sobre os diversos temas da sociedade contemporânea.
Nesse contexto, aprovou a participação ao vivo de ouvintes do Programa Polêmica,
ressaltando que essa prática possibilita às pessoas formarem conceitos mais
críticos sobre os assuntos do dia-a-dia. A seguir, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da importância da homenagem hoje realizada por este
Legislativo ao Programa Polêmica, tendo o Vereador Elói Guimarães manifestado-se
sobre o assunto. Ainda, o Senhor Presidente convidou o Vereador Raul Carrion
para, juntamente com Sua Excelência, proceder à entrega de Placa e Diploma referentes
ao transcurso do nono aniversário do Programa Polêmica para os Senhores Lauro
Quadros e Cláudio Toigo Filho, concedendo a palavra ao Senhor Lauro Quadros, que
agradeceu a homenagem recebida e destacou a importância do registro hoje feito
pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e trinta e cinco
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quinze horas e quarenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em
COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria Celeste registrou o transcurso do Dia
Internacional da Mulher, pronunciando-se sobre a Marcha Mundial das Mulheres,
realizada ontem em várias cidades, em prol dos direitos femininos. Além disso,
solidarizou-se com a situação dos professores da rede de ensino público do Rio
Grande do Sul, criticando a política salarial adotada pelo Governo Estadual em
relação a essa categoria e cobrando melhor infra-estrutura nas escolas públicas
estaduais. Após, o Senhor Presidente solicitou aos Líderes de Bancadas que se
manifestassem em relação à manutenção, para hoje, do acordo realizado em
reunião entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes, relativo à ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo os Vereadores Nereu
D'Avila, Clênia Maranhão, Claudio Sebenelo e Raul Carrion se manifestado sobre
o assunto. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion informou sua participação,
ontem, das comemorações do centésimo aniversário do Arquivo Público do Estado
do Rio Grande do Sul. Também, divulgou o Plano de Ações Integradas para a
Prevenção e Controle da Tortura no Brasil, elogiando essa iniciativa da
Presidência da República. Finalizando, relatou visita de Vereadores da Comissão
de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana ao assentamento
Morada do Sol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson criticou os
atos de vandalismo cometidos durante a invasão do Horto Florestal da Fazenda
Barba Negra, de propriedade da empresa Aracruz Celulose, por integrantes da Via
Campesina, destacando que o resultado de vinte anos de pesquisas realizadas no
local foi perdido. Nesse sentido, mencionou a Moção de Repúdio tramitando nesta
Casa e cobrou uma investigação eficaz pelas autoridades estaduais e federais,
acerca desse caso. O Vereador Maurício Dziedricki posicionou-se contrariamente
à invasão e aos danos efetuados por integrantes do Movimento das Mulheres
Camponesas à Fazenda Barba Negra, em Barra do Ribeiro – RS, realçando a reincidência
de eventos dessa natureza no Rio Grande do Sul. Nesse contexto, propugnou pela
prisão dos envolvidos nesse episódio, salientando a contribuição dessa empresa
para o desenvolvimento econômico, social e ecológico do Estado. O Vereador Bernardino
Vendruscolo rechaçou a atitude dos invasores ao Horto Florestal da empresa
Aracruz Celulose em Barra do Ribeiro – RS, desaprovando ações desenvolvidas por
movimentos ligados à questão da Reforma Agrária. Além disso, conclamou os Senhores
Vereadores a apreciarem efetivamente os Projetos constantes na Ordem do Dia,
frisando a relevância dessa iniciativa para a melhoria da imagem deste Legislativo
junto à população porto-alegrense. O Vereador Carlos Comassetto, recordando o
transcurso, ontem, do Dia Internacional da Mulher, enalteceu a modernização realizada
na emergência do Hospital Fêmina com recursos do Governo Federal. Em relação ao
assunto, discorreu acerca dos investimentos realizados na saúde pública de
Porto Alegre pelos Executivos Municipal, Estadual e Federal, mostrando-se contrário
ao modo como essa área está sendo gerenciada no Município. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador João Carlos Nedel discorreu sobre a invasão, ontem, do Horto Florestal da Aracruz
Celulose, classificando essa
ação como ato de vandalismo e prejudicial ao desenvolvimento do Estado. Ainda, leu editorial de hoje do jornal
Correio do Povo, intitulado “Basta!”, em que são solicitadas medidas governamentais
que garantam a manutenção da ordem pública e maior segurança às empresas instaladas
no Rio Grande do Sul. Em PAUTA, Discussão preliminar, estiveram: em 2ª Sessão,
os Projetos de Lei do Legislativo nos 025 e 032/06, o Substitutivo
nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 003/01, os Projetos de Lei do Executivo
nos 004, 007 e 008/06, os Projetos de Resolução nos 022 e
023/06; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos
044/05 e 002/06, os Projetos de Legislativo nos 094 e 150/04,
330/05, 001, 008, 015, 016, 018 e 026/06, o Projeto de Lei do Executivo nº
001/06, os Projetos de Resolução nos 158 e 159/05, 003, 004, 008,
009, 010, 013, 014, 017, 019, 032, 038, 042, 045, 046, 047, 048, 049, 050 e
053/06. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou ter havido consenso entre os
Senhores Vereadores, com a finalidade de que não fossem discutidos os Projetos
constantes no período de Pauta da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Claudio Sebenelo abordou o Requerimento
nº 028/06, que propõe Moção de Repúdio às agressões patrocinadas pelo Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e pela Via Campesina em laboratório da
empresa Aracruz Celulose. Quanto o
assunto, afirmou que a destruição de pesquisa tecnológica verificada
nesse ato é sinônimo de radicalismo, de prejuízos ao meio ambiente e de aumento
dos índices de desemprego. A Vereadora Manuela d’Ávila teceu considerações acerca do movimento grevista empreendido por
professores públicos estaduais, analisando dificuldades salariais e de trabalho
vivenciadas por essa categoria profissional e criticando posicionamentos a respeito dessa mobilização, assumidos
pelo Senhor José Alberto Reus Fortunati, Secretário Estadual da Educação. Finalizando, saudou as professoras de
escolas do Rio Grande do Sul, pelo transcurso do Dia Internacional da Mulher. A
seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e
aprovado Requerimento de autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando a retirada
de tramitação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/05 (Processo nº
1369/05). Na oportunidade, o Senhor Presidente prestou informações acerca da
ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia da presente Sessão,
conforme definido em reunião realizada entre a Mesa Diretora e o Colégio de
Líderes no dia sete de março do corrente. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Resolução nº 135/05, por dezessete votos SIM, três votos
NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores Raul Carrion, João
Carlos Nedel, João Antonio Dib e pela Vereadora Manuela d’Ávila e encaminhado à
votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Claudio Sebenelo, Margarete Moraes e
Ibsen Pinheiro, em votação nominal solicitada pelos Vereadores João Antonio Dib
e Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Raul,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Ibsen Pinheiro, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely,
Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maurício Dziedricki, Mônica Leal,
Neuza Canabarro e Raul Carrion, Não os Vereadores Haroldo
de Souza, João Carlos Nedel e Nereu D'Avila e tendo optado pela Abstenção os
Vereadores Ervino Besson e João Antonio Dib, este com
Declaração de Voto. Em prosseguimento, foi aprovado o Requerimento nº 012/06.
Em seguida, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Luiz Braz,
solicitando a votação conjunta dos Projetos de Resolução nos 154/05
a 015/06. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados
os Projetos de Resolução nos 154/05 e 015/06. Foi aprovado o Requerimento
nº 020/06, por dezoito votos SIM, um voto NÃO e três ABSTENÇÕES, em votação
nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os
Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Clênia
Maranhão, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro,
Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga,
Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Raul Carrion, Não o
Vereador João Carlos Nedel e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Claudio
Sebenelo, João Antonio Dib e pela Vereadora Mônica Leal. Foram aprovados
Requerimentos de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando que os
Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 014 e 015/05
(Processos nos 7230 e 7232/05, respectivamente) sejam considerados
em Regime de Urgência e submetidos à reunião conjunta de Comissões Permanentes.
Foi aprovado o Requerimento nº 025/06, após ser encaminhado à votação pelo
Vereador João Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de
Lei do Legislativo nº 188/05, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Ibsen
Pinheiro, Claudio Sebenelo, Nereu D’Avila, Elói Guimarães, João Antonio Dib,
Luiz Braz, Professor Garcia, Carlos Comassetto e Raul Carrion, teve sua discussão suspensa,
em face da inexistência de quórum. Às dezoito horas e cinqüenta minutos,
constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da
próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo
Vereador Luiz Braz e pela Vereadora Margarete Moraes e secretariados pelo
Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Raul Carrion está com a palavra para um Requerimento.
O
SR. RAUL CARRION (Requerimento): Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz, eu gostaria de solicitar a inversão da ordem dos
trabalhos, passando do período do Grande Expediente para o período de
Comunicações, tendo em vista o 9º aniversário do programa Polêmica, sendo que
já se encontram presentes os homenageados.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Raul Carrion, solicitando a inversão
da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Com
a palavra o Ver. Bernardino Vendruscolo.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:
Sr. Presidente Luiz Braz, gostaríamos de comunicar, aqui, a presença do
Sr. Nilo Soares Gonçalves, nosso companheiro do PMDB, Vereador mais votado em
1976, Vice-Prefeito em 1982, Prefeito de 1986 a 1988 e de 1993 a 1996, na
cidade de Alegrete.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos
às
Hoje, este período é
destinado a assinalar o transcurso do 9º aniversário do Programa Polêmica, da
Rádio Gaúcha de Porto Alegre, e homenagear o seu apresentador, Sr. Lauro
Quadros, nos termos do Requerimento nº 003/06, de autoria do Ver. Raul Carrion,
Processo nº 0021/06.
Quero
também saudar o meu amigo e ex-Vereador desta Casa, e sempre muito bem-vindo a
esta Casa, Sr. Jorge Goularte, com o qual nós tivemos o prazer de também atuar
no início da nossa jornada aqui na Câmara de Vereadores.
Convidamos a compor a Mesa
o Sr. Cláudio Toigo Filho, Diretor da RBS Rádios; o homenageado de hoje, o
jornalista Lauro Quadros, apresentador do Programa Polêmica da Rádio Gaúcha; o
Exmo Sr. Desembargador João Armando Bezerra Campos, representante da
presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o jornalista
João Batista de Melo Filho, Vice-Presidente da Associação Rio-Grandense de
Imprensa; o jornalista Renato Bohusch, representando o Governador do Estado do
Rio Grande do Sul, o Sr. Antonio Hohlfeldt, Governador em exercício, e para
nossa satisfação, ex-Vereador desta Casa; o Sr. Zélio Wilton Hocsman,
representando o Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Padre Luis
Melo Chanceler, representando o Sr. Arcebispo Dom Dadeus Grings, e a jornalista
Maria Luisa Borges, Coordenadora de Comunicação Social da Secretaria de
Educação do Estado.
O Ver. Raul Carrion,
proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) É com imensa satisfação que a Câmara
Municipal de Porto Alegre, por decisão unânime de seus Vereadores, dedica o
período de Comunicações da Sessão de hoje ao Programa Polêmica da Rádio Gaúcha
e ao jornalista e comunicador Lauro Quadros, que com tanto brilho conduz esse
importante programa. Aliás, é bom que se diga que Lauro Quadros também foi
ex-Vereador desta Casa, na Legislatura de 1964/1967, tendo assumido aqui em
agosto de 1967 - ao final, Lauro, vou-te passar uma ficha que registra essa
importante passagem, deste grande comunicador, nesta Casa.
O
Programa Polêmica entrou no ar há exatos nove anos, no dia 3 de março de 1997,
e desde então vem se constituindo, sob o comando de Lauro Quadros, em um dos
mais destacados fóruns de debates da nossa Cidade e do nosso Estado, com forte
impacto nos formadores de opinião. O porto-alegrense Lauro José de Quadros
nasceu em 19 de setembro de 1939. A sua paixão pelo rádio despertou com as
radionovelas. Quando estudante no Colégio Rosário já se descobria um
comunicador, fazendo locução para o serviço de alto-falantes da escola. A voz
de Lauro Quadros é bem conhecida pelos ouvintes da rádio no Rio Grande do Sul.
Em 42 anos dedicados à radiofonia, o jornalismo esportivo também marcou a sua
carreira. Atuou como plantonista de estúdio, repórter de campo, narrador,
comentarista, debatedor. Trabalhou também como colunista de jornal e
apresentador de televisão. Mas foi por intermédio dos microfones das rádios que
melhor conseguiu transmitir emoções.
A
locução comercial também marcou o seu começo no rádio. Sua primeira tentativa
de trabalho foi na Rádio Metrópole, aos 15 anos, quando por causa do timbre de
voz, próprio da idade, e um erro ao dizer o nome do patrocinador do programa,
acabou não sendo admitido. O jovem de 19 anos, em agosto de 1959, iniciou a sua
vida profissional na Rádio Gaúcha, fazendo outro teste. No ano seguinte,
ingressou na antiga Difusora, atual Bandeirantes, na qual trabalhou no programa
Escolha e Peça, e conheceu os colegas Armindo Antônio Ranzolin e Lasier
Martins.
Ao
longo do seu exercício profissional, recebeu inúmeras homenagens, entre elas, o
Prêmio ARI, em 1986, na categoria Rádio, com a matéria “Seqüestro: o terceiro
segredo de Fátima”. Outros reconhecimentos vieram por intermédio de instâncias
do Poder Público, além de troféus e medalhas na área da comunicação.
Lauro
Quadros é, sem dúvida, uma personalidade destacada por sua atuação em
diferentes veículos de comunicação, o que lhe garante versatilidade e inovação
no seu fazer profissional que repercute em diferentes faixas etárias de
público, que interage com o comunicador, traduzindo sintonia perfeita.
Lauro
coloca em cada trabalho sua marca pessoal de responsabilidade, habilidade e
criatividade, o que o fez, e o faz, profissional carismático e respeitado.
Sem
dúvida, o Programa Polêmica traz a marca do grande comunicador Lauro Quadros,
que se distingue pela versatilidade e relevância dos temas postos em debate:
Política, Economia, Comportamento, Cultura, Ecologia, etc. Mas, prima,
sobretudo, pelo seu caráter radicalmente democrático, característica
indissociável do Programa Polêmica que, ao abranger diferentes áreas do saber e
convidar pessoas dos mais variados matizes políticos e filosóficos, possibilita
aos cidadãos e cidadãs que o acompanham, interagir, formar opinião e
manifestarem-se por intermédio do telefone, do fax, da Internet.
Ninguém
tem dúvida de que esse perfil plural do Programa Polêmica tem a ver com a
maneira de ser do jornalista Lauro Quadros e com a brilhante equipe de produção
que o acompanha.
Portanto,
ao dedicarmos o período de Comunicações desta 9ª Sessão Ordinária da Câmara
Municipal de Porto Alegre, realizada no dia 9 de março, comemorativa ao 9ª
aniversário do Programa Polêmica - há uma série de coincidências, o número nove
está aqui presente três vezes - e ao seu apresentador, expressamos o
reconhecimento da cidade de Porto Alegre ao jornalista Lauro Quadros e à sua
equipe que com seu trabalho, valente e incansável, constroem e mantêm viva essa
“trincheira do contraditório”.
Da
mesma forma, parabenizamos a Rádio Gaúcha por preservar tão respeitado e
qualificado programa. Parabéns e longa vida ao trabalho realizado pela equipe
do programa Polêmica que enfoca temas de interesse do povo e, através de seus
convidados, interage e dialoga com seus ouvintes. Esta é a minha mensagem e da
Verª Manuela d’Ávila, da Bancada do PCdoB, nesta data em que reverenciamos tão
importante programa, hoje, na nossa Cidade, chefiado pelo nosso querido amigo
Lauro Quadros. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Verª Mônica Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz, Sr. Lauro Quadros, homenageado; demais autoridades
já citadas; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; familiares do
convidado; o que me traz aqui hoje, quando falo em nome do Partido
Progressista, dos meus colegas Vereadores João Antonio Dib, Líder da Bancada, e
João Carlos Nedel, é a homenagem ao programa Polêmica, que tem como
apresentador o porto-alegrense Lauro Quadros, que se descobriu comunicador
quando estudante no Colégio Rosário fazendo locução para o serviço de
alto-falante desse colégio, e aí já se vão 42 anos dedicados à radiofonia, com
exceção de alguns dias dedicados à Vereança nesta Casa. Aventuro-me em afirmar
que o Polêmica já se tornou uma referência quase estatística, pois os
resultados das pesquisas interativas do programa são aguardados com expectativa
e, em seguida, viram pauta do dia, sendo fato comentado, enriquecendo pesquisas
e influenciando decisões, assim como formando opiniões. Eu, como jornalista e
Vereadora, destaco um fator que une essas duas faces que é a postura isenta e
democrática do apresentador quanto às suas próprias ideologias, o que
transparece na escolha de seus convidados, sempre abrangendo representantes de
todas as instâncias políticas, de todos os credos, de todos os segmentos da
sociedade, buscando o equilíbrio entre os debatedores.
Há
características são marcantes ao falar em Lauro Quadros: uma, é o seu estilo
próprio, seu jeito brincalhão de falar, com expressões descontraídas e
inteligentes, que alegram até comercial de funerária! Outra, é o êxito de seus programas
que têm sempre uma enorme audiência. Outra característica é a escolha das
pautas para os debates, todas sempre polêmicas. Assuntos de interesse local,
estadual e nacional; são temas variados, como já bem disse o Vereador
proponente desta homenagem.
E
sobre a política do País, que seguidamente o apresentador Lauro Quadros traz a
debate, o próprio Lauro, nessa época de crise, sempre fala que “é um prato
cheio”.
E
tudo isso enriquecido com a pesquisa interativa, que é uma forma de todos os
cidadãos se sentirem representados.
E,
não posso deixar de mencionar aqui, como mulher, o lado humanitário e de homem
de visão do apresentador do Polêmica, quando, em 1992, juntamente com o médico
oncologista-pediátrico Algemir Lunardi Brunetto, uniu esforços para criar, em
nosso Estado, uma instituição voltada exclusivamente para o tratamento de
crianças com câncer, que é o Instituto do Câncer Infantil, uma entidade
filantrópica, que hoje é referência para o tratamento de câncer e da qual ele é
Conselheiro-Presidente.
Sem
falar no Lauro cidadão, caminhante da praça da Encol, defendendo a Cidade e a
qualidade de vida dos porto-alegrenses, preocupado com a nossa identidade,
porque, pensando bem, Lauro e seu Polêmica são a cara do povo gaúcho.
Vida
longa, Lauro Quadros! Parabéns! (Palmas.) Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson, que, por sua vez,
transpôs seu tempo com o Ver. Carlos Comassetto.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Vejo também o Zelio Hocsman, figura
ilustre desta Cidade, gremista emérito, amigo pessoal nosso. Temos recebido,
nós, esta Câmara Municipal de Porto Alegre, algumas críticas pelo número de
homenagens e até pelo número de ruas que às vezes nós colocamos em prioridade
ou às vezes por situações de discussões acirradas das matérias, eventualmente
algumas matérias têm preponderância em relação a outras. Mas eu pergunto: hoje,
quando estamos homenageando aqui o programa Polêmica, que completa nove anos, e
o Lauro Quadros, amigo pessoal de todos nós, comunicador emérito, como já foi
dito e ressaltado aqui, de uma carreira brilhante, que, se tivesse insistido na
sua incursão na política, certamente hoje seria um grande representante do
povo, certos estamos disso; como esta Câmara poderia deixar, Ver. Carrion - e
V. Exª muito bem propôs -, de homenagear uma parte preponderante do cotidiano,
que inclusive conduz opiniões nesta Cidade e neste Estado?
Então, depois de termos lutado - e eu fui um deles
- durante o período do autoritarismo, nós, naquela época, sonhávamos com o que
hoje ocorre, com a absoluta liberdade de ir e vir, de falar, absoluta liberdade
de imprensa, absoluta liberdade de criticar, liberdade, inclusive, para invadir
propriedades particulares e depredar o patrimônio construído com investimentos
do Estado. Tudo isso foi uma luta, mas essa liberdade é válida. Os seus
excessos, nós temos que corrigi-los com mais liberdade e com crítica e
autocrítica.
Então, é importantíssima esta homenagem. Como eu
disse, é um programa que tem um veículo, através do sistema RBS, que tem um
espaço enorme de condução deste Estado, desta Cidade e mesmo do Sul deste País,
porque abrange, inclusive o Estado de Santa Catarina - o sistema RBS - e o
Polêmica, o canhão que o próprio Lauro muitas vezes se refere na sua peculiar
simpatia pessoal, sua comunicabilidade pessoal que o transformou num dos
melhores comunicadores deste País. Como nós não vamos ressaltar esse programa,
que opina, debate, que dá direito ao contraditório e cujos resultados
influenciam muitas vezes, decisivamente, a opinião pública?
Então, nós aceitamos essas críticas,
democraticamente, mas temos que sopesá-las, e até, no caso, democraticamente as
aceitamos, porque, como disse, lutamos por essa democracia. Foi dito aqui que a
sua participação foi limitada, mas brilhante, neste Parlamento, Lauro. Sob o
ponto de vista ético e moral, Batista - ético e moral -, que hoje, graças a
Deus, a ética e a moral estão sentadas nos bancos dos réus, o que pode parecer
escandaloso ao País, e é, mas isso é porque as entranhas do País, como eu
disse, na propositura de uma democracia livre e absoluta que estamos vivendo,
permite isso, porque nas entranhas do sistema autoritário, havia também a
corrupção e ela nunca foi escancarada, porque não havia liberdade inclusive de
imprensa, - Rita Daudt, com muito prazer te recebemos aqui, tu que foste muito
tempo, produtora, também, na Rádio Gaúcha, e, hoje, estás em outras brilhaturas
do nosso Estado - através,
exatamente, da publicidade que a imprensa dá, da discussão a respeito do que é
bom, do que não é, mas principalmente do que é ético e do que não é, nisso não
há dúvida, e nós nos ufanamos disso e até batemos para que esta Câmara continue
assim, que, do ponto de vista ético e moral, está irrepreensível. As críticas,
como eu disse, são superficiais e fazem parte do sistema democrático.
Mas
a Bancada do PDT, por mim representada aqui, também pela Verª Neuza, os
Vereadores Besson, o Mario, o Márcio Bins Ely, o Dr. Goulart, nosso Presidente,
que infelizmente não está aqui neste momento, Lauro, te prestigia, te estimula
no sentido de que continues durante muitos anos ainda conosco, liderando esses
debates nestes nove anos do Polêmica. Todos nós te respeitamos, porque tu tens
as tuas convicções políticas, como todo cidadão deve ter - deve ter -, e é
impressionante como tu consegues, absolutamente, conduzir debates acalorados,
ideológicos, que põem à flor da pele exatamente essas divergências políticas
deste Estado - que sempre teve na ambivalência de suas proposituras, de um lado
ou de outro, desde maragatos a chimangos -, ficas isento na condução dos
debates, em que certamente, às vezes, te fazem cócegas para dares uma opinião a
respeito do que está sendo discutido. Mas tu pairas, como bom comunicador que
és, acima das divergências propostas do programa Polêmica. Por isso é que esta
Câmara hoje se sente muito orgulhosa em poder homenagear um jornalista da
estatura de Lauro Quadros. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ainda prestigiam esta homenagem: a Srª
Maria Helena Quadros, esposa do homenageado; Sras Carla Quadros e
Carmem Quadros, filhas do homenageado; Victor Grunberg, neto; Sr. Mário
Krumhotz, genro; Dr. Jorge Goularte, advogado trabalhista e ex-Vereador; Srs.
Diretores do Hospital Divina Providência, Dr. Ângelo Chaves, Dr. Darci Mallman,
e Dr. Glauco Chagas; Srª Rita Campos Daudt, Diretora da Brasil Telecom e
Presidenta da ADCE - Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas. Lauro,
também vem aqui uma comunicação da tua companheira de trabalho. (Lê.): “Muito
grata pelo convite para justa homenagem ao Programa Polêmica, da Rádio Gaúcha,
comandado com grande competência, talento e brilho pelo nosso companheiro Lauro
Quadros. Associo-me às homenagens e apresento meus cumprimentos ao caro
Vereador pela oportuna iniciativa. Cordialmente. Ana Amélia”. É a
correspondência recebida pelo Ver. Raul Carrion.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Exmo Sr. Presidente, ilustres
componentes da Mesa, muito queridos Lauro, Maria Helena e ilustre família linda
que constituíram.
Uma
vez, Lauro, eu era muito jovem e quase fui à loucura, no dia em que o Schmidtão
- Padre Schmidt - professor de Química do Anchieta, me disse: “A reta é uma
curva”. Eu perguntei por que ele dizia aquela bobagem imensa, que uma reta, a
distância menor entre dois pontos... e aqui eu falo com a autoridade de ser
Líder do PSDB - e do Gauchão também -, e falo em nome de dois colegas teus: um,
o Luiz Braz, que é jornalista como tu, e eu, o Claudio Sebenelo, que sou médico
como tu. Então, essa definição de reta, de dois pontos, da distância menor, e
dizer que reta era uma curva foi para mim a demolição de todos os meus
conceitos. E o padre Schmidt me dizia que a reta era um segmento de curva, cujo
raio tendia a derivar ao infinito; mudaram todos os meus conceitos.
Nós
fomos criados nas certezas dos ábacos, dos dogmas. Nós fomos criados falando
nos afluentes do Amazonas, à direita e à esquerda, e com a decoreba fantástica
das capitais do mundo e de milhares de conhecimentos que nos eram trazidos
apenas como uma passagem do conhecimento de uma geração para outra.
Agora,
eu lembro de um cara que não é um grande escritor, mas que ganhou o Prêmio
Nobel de Física, ele é um magiar, ele é Ilya Prigogine, cuja sede do seu saber,
evidentemente, é na França; ele é autor de um livro chamado “O Fim das
Certezas”. Como nós vamos explicar, durante tanto tempo, o sucesso de um
programa de rádio chamado Polêmica? É exatamente com o fim dessas certezas,
essas certezas que foram feitas pela imposição, pela Inquisição e Galileu
Galilei repetiu até quase o fim da vida: “E pur, si muove”! E, no entanto, a
Terra se move e gira em volta do sol e não o contrário, como víamos a olho nu.
Pois é exatamente essa contestação, essa polêmica, que fazem, Lauro, com que tu
sejas, talvez, um dos mais brilhantes apresentadores de rádio de todos os
tempos.
O Sr. Ibsen Pinheiro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Cláudio Sebenelo, a nossa amizade, além do nosso coleguismo, é
que permite que eu possa fazer do brilhante discurso que V. Exª está desenvolvendo
- o qual eu costumo ouvir em silêncio, respeitosamente - hospedeiro desta
manifestação.
Os
azares da inscrição, Lauro Quadros, não destinaram o tempo nem a este Vereador,
nem ao PMDB. E mesmo ao preço de violar o Regimento, eu me arriscaria, mas não o
estou fazendo, porque o aparte é permitido, dada a generosidade de V. Exª
Então, eu trago, Lauro Quadros, a minha saudação pessoal. Não sei se os meus
colegas de Partido que aqui estão - Ver. Dr. Raul; o Líder, Ver. Bernardino
Vendruscolo; e o Ver. Haroldo de Souza, teu colega e meu - farão a mesma coisa
que eu, abusando de outros oradores, mas eu já falo em nome de todos eles e, se
eles falarem, falarão em meu nome, Sebenelo, com a tua permissão, porque eu não
posso silenciar e não trazer o meu abraço, um abraço saudoso de quem há três ou
quatro dias não participa de teu Programa e não resiste mais de saudade!
Eu
não posso, Lauro, deixar de fazer um comentário que, com freqüência se associa
à tua atividade, como também à minha, que é a questão que as pessoas colocam,
Presidente Luiz Braz, como a suposta necessidade da isenção. Eu quero dizer que
eu não tenho apreço pela isenção; a isenção, com freqüência, indica uma falta
de gosto pela participação. Eu não sou isento em futebol, e em política também
não. Mas o que eu devo ser, sim, aí nessa tribuna, no futebol ou aqui, é
imparcial. E nisso o Lauro é como ninguém. Se ele é isento, isso é um assunto
dele. O que ele prefere em matéria futebolística, esportiva, sexual e outras
afins ou não, é um assunto da sua subjetividade. Agora, a sua imparcialidade é
um direito subjetivo dos seus ouvintes. E ele pratica, como ninguém, a
imparcialidade.
Por
isso, Sebenelo, mais uma vez, agradeço pela tua paciência e por ter permitido
que eu cumprisse este dever afetivo de trazer meu abraço ao Lauro Quadros e aos
integrantes da Mesa. Muito obrigado.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu gostaria que o seu pronunciamento
substituísse integralmente, na Taquigrafia, o meu, Ver. Ibsen Pinheiro, pelo
brilho e pela beleza dos seus discursos toda vez que fala.
E,
para terminar, gostaria de dizer que num programa em que a desmistificação da
certeza, a busca da verdade, a audiência de todos os lados de uma sociedade que
já é fragmentar e tão apressada como a nossa, certamente, Lauro, nós vamos chegar
à conclusão de que... Às vezes eu pensava: de onde o Lauro é? E, para minha
surpresa, tu és de Porto Alegre, Lauro. Há uma lagoa chamada lagoa dos Quadros,
que eu acho que é de tua família ou de algum parente teu, não é? E eu pensava
que o Lauro fosse de Osório, daquela região. E às vezes me dá uma vontade
imensa de entrar rádio adentro e falar contigo tantas coisas que gostaria de
dizer, e também dá vontade, como em tantas vezes, de comermos um assado juntos.
Mas o convite está de pé. O local não precisa ser aquele, pode ser outro.
A
Sônia e eu te damos um abraço de coração! E eu, representando o PSDB aqui, e o
meu irmão extraordinário, o Presidente Luiz Braz, com aquela voz dele, de
Ribeirão Preto, te damos um abraço fraterno, e dizemos que Porto Alegre tem esse
privilégio de abominar as certezas. Talvez o gosto pela certeza fica
subentendido pela contribuição, que nós podemos até chegar a ela, mas pela
dúvida, pelo debate, pelo Polêmica. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Registramos a
presença do Sr. Zélio Wilton Hocsman, representando o Conselho de Cidadãos
Honorários de Porto Alegre.
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz, nosso homenageado Lauro Quadros, autoridades na
Mesa, já nominadas, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, representantes
da imprensa que acompanham esta homenagem, porto-alegrenses que, neste momento,
compartilham conosco esta emoção, nesta oportunidade, em nome da minha Bancada,
dos Vereadores Paulo Odone, Elias Vidal, Professor Garcia e desta Vereadora,
quero parabenizar a iniciativa do Ver. Raul Carrion e de todas as Bancadas
desta Casa pela unanimidade desta decisão, uma decisão que nos permite
reconhecer publicamente e homenagear o Lauro Quadros, fazendo com que esta
Câmara, cumprindo a sua representação da sociedade, expresse um sentimento que
não é nosso apenas, das Vereadoras e dos Vereadores aqui presentes, mas,
seguramente, é um sentimento dos munícipes porto-alegrenses. E não poderia ser
diferente, porque o teu programa é uma parte da Cidade, um programa que, em uma
hora e meia, de segunda a sexta-feira,
apresenta, há nove anos, as questões temáticas e regionais de um Município, e
se constitui como parte dele.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Verª Clênia, desde já eu sou grato pelo seu aparte. Meu caro amigo
Lauro Quadros, eu quero parabenizá-lo pelo seu programa e pela sua grande
equipe.
Além
do seu programa, que é ouvido pelo nosso Rio Grande, Lauro Quadros tem outros
dons divinos: há poucos dias, o Lauro Quadros estava numa entidade pobre, que é
a Cidade de Deus, participando de uma programação juntamente com aquela
comunidade. É verdade! Então, o Lauro Quadros é um personagem do nosso Rio
Grande. Eu quero, aqui, publicamente, agradecer-te e te parabenizar, e que Deus
te dê muita saúde e para tua equipe para que tu continues, por muitos anos, com
o teu belíssimo programa, que já é um patrimônio do Estado. Mais uma vez
agradeço pelo aparte, minha querida Verª Clênia.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Obrigada, Vereador.
O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Obrigado, Vereadora, serei rápido. Um dia, eu estava viajando com
o Lauro Quadros pelo Interior, e ele havia gravado o seu comentário que
entraria às 18h40min. Mas aí o Grêmio contratou um treinador na última hora, o
Lauro não tinha celular - naquela época, nós não o usávamos - e, na precisão do
seu profissionalismo, ele nos fez entrar, se não me falha a memória, na cidade
de Bom Princípio para ele poder regravar o seu comentário. Fazia pouco tempo
que ele estava na Rádio Gaúcha, e, ali, eu passei a conhecer o grande
profissional que ele era. Muito obrigado, Vereadora, pelo aparte que V. Exª me
cede para cumprimentar e abraçar carinhosamente um dos melhores comentaristas
com quem eu tive o orgulho de trabalhar, uma das figuras mais marcantes da
minha carreira, uma pessoa com quem eu dividi momentos alegres e algumas
tristezas também. Um abraço, Lauro. (Palmas.)
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Obrigada, Vereador, pelo seu discurso;
foi um prazer.
Eu
falava que o Lauro Quadros, que é um personagem da nossa Cidade, tem uma
capacidade enorme de interagir com as pessoas. Ele e o programa Polêmica tem
uma relação quase simbiótica, porque o Polêmica é um programa que tem a
característica da interatividade, o que passou a ser uma norma no jornalismo,
nas rádios, na televisão do Rio Grande do Sul, qual seja, essa valorização do
pensamento do cidadão comum, dos contribuintes invisíveis à formação das idéias
da nossa Cidade. Mas o que mais me impressiona no personagem porto-alegrense
Lauro Quadros é essa possibilidade que ele tem, essa capacidade de agregar
coisas aparentemente inconciliáveis. O Lauro estimula a polêmica, propicia um
espaço para a manifestação do contraditório, tudo isso em uma hora e meia, e,
ao mesmo tempo, ele permite a expressão de uma grande virtude, que tem uma
enorme importância neste momento da humanidade, que é a tolerância; o respeito
à diversidade; o incentivo à expressão contraditória, tudo ao mesmo tempo.
E
como se isso já não bastasse para o sucesso do Lauro Quadros, ele consegue
fazer um corte transversal com uma característica pessoal extremamente
importante neste momento, que é o humor em tudo o que ele faz. Ele agrega, com
essa expressão de humor, um trabalho que contempla a diversidade, que garante a
expressão múltipla. O Lauro tem permitido a nós, às políticas e aos políticos,
compartilharmos de espaços de expressão das divergências políticas. Talvez, sem
o programa Polêmica, não tivéssemos tido a oportunidade, tantos de nós que
estamos aqui, de nos sentarmos ao lado daqueles com os quais disputamos, dos
quais divergimos e que, convivendo uma hora e meia nesse espaço de divergências,
muitas vezes até nos fazemos amigos.
Obrigada,
Lauro, pela contribuição que você dá a dois pilares fundamentais de sustentação
da nossa sociedade: um, da expressão dos temas civilizatórios, porque a questão
da mulher, os direitos infantis, a questão dos direitos humanos são sempre
pauta do teu programa; outro, os debates políticos, as polêmicas da Assembléia,
e as questões concretas da Cidade. Ele vai contrabalançando essas duas
temáticas: o local, o político nacional e a temática universal.
Parabéns,
Ver. Carrion, pela sua justa e merecida iniciativa. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Exmo
Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Luiz Braz, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Ver. Raul Carrion, parabéns por essa iniciativa, porque o programa
Polêmica faz parte da Cidade de forma intensa. Lauro Quadros, eu falo em nome
dos demais colegas já citados pela Verª Clênia, do PPS, mas trago uma saudação
especial - ele me pediu - do Ver. João Antonio Dib, que disse que gosta muito
de ti, desde a época da antiga UDN.
Lauro, primeiramente
eu quero saudar a tua produção, porque consegue pinçar diariamente os temas do
momento, e isso é difícil porque um programa diário lançar temas tão complexos
como tu consegues, precisa de uma retaguarda boa. Então quero parabenizar a tua
produção.
Em segundo, Lauro, tu
não és um apresentador, tu és “o” apresentador. Eu posso dizer que esse é o
sentimento de todos, posso até ser mais ousado, vou dizer que tu não és
insosso, tu és bem temperado. Lauro, eu já participei por várias vezes, e os
demais Vereadores, de uma maneira geral, participaram várias vezes do teu
programa e uma das coisas que me chama a atenção é que tu nos deixas bem à
vontade. Cada vez que nós participamos do teu programa, tu nos deixas bem à
vontade, mas com um detalhe, com os teus “pitacos” próprios e pertinentes, o
que é uma característica tua.
Eu sempre digo - já
falaram isso hoje - que tu és tão bom que consegues vender uma funerária de
maneira exemplar, fazendo com que as pessoas até já comecem a pensar: “Isso é uma realidade, vamos morrer
todos”. Por que não fazer disso também um investimento? Eu estou falando aqui,
mas do jeito que tu falas eu sei que a funerária te agradece diariamente.
Se
nós fôssemos fazer uma brincadeira, como a gente brincava na época de infância:
“Diz uma marca de um refrigerante!” E logo se diz o refrigerante. Nós vamos
dizer: “Polêmica!” Tenho certeza de que todo mundo vai dizer: “Lauro Quadros”,
porque é uma identidade.
Lauro,
de forma singela tu consegues, com a tua alegria e encanto, fazer o sério com
sutileza. E isso é dom. Só uma pessoa, Lauro, com o teu perfil, com simpatia,
alegria e seriedade consegue imprimir esse ritmo. E eu vou dizer mais: poder
apresentar um programa como esse só mesmo com o teu perfil.
Então
eu quero dizer que, para os Vereadores, para a cidade de Porto Alegre, é um orgulho
tê-lo como um dos mais brilhantes apresentadores do nosso País, porque quem
ganha com isso é a rádio brasileira. Eu sou daqueles que sei do poder da rádio,
ela está em todos os lugares e com aquela informação de forma interativa que tu
consegues fazer.
Lauro,
que Deus te abençoe, e que tu conserves sempre essa tua maneira simples e pura
de ser. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Carlos Comassetto.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Prezado
Presidente, Ver. Luiz Braz; querido jornalista de toda esta Câmara, de toda a
cidade de Porto Alegre, Lauro Quadros, demais autoridades presentes, familiares
e amigos do nosso jornalista, na verdade eu queria dar um grande abraço e
cumprimentar o Ver. Raul Carrion por essa bela idéia, por esse justo
reconhecimento ao Lauro Quadros e ao Programa Polêmica. Eu tenho certeza de que
eles se confundem, que não pode existir o Programa Polêmica sem a figura do
Lauro Quadros. Eu quero falar aqui em nome da minha Bancada, a Bancada do
Partido dos Trabalhadores, em nome da Verª Maria Celeste - querida amiga e
companheira -, do nosso Líder, hoje, Ver. Carlos Comassetto, do Ver. Aldacir
Oliboni, do Ver. Todeschini, da Verª Sofia Cavedon e do Ver. Adeli Sell, dizendo que
esse Programa Polêmica não é um programa qualquer, como já foi dito, porque ele
não é passivo, Ver. João Antonio Dib, de um planejamento estratégico de longo
prazo, porque ele não pode ser um programa estático; ele é muito dinâmico e
depende do tema, da pauta, do acontecimento, do fato, que sai da vala comum, do
fato incomum, daquilo que é singular, daquilo que é único, que é impactante.
Ele também trata muito de políticas, de debates, de conceitos, de culturas, de
visões de mundo; tem a ver com esse movimento que gira, que é a vida das
pessoas. E aí esse programa convida especialistas para debater determinado
assunto, e sempre a preferência é que tenha, no mínimo, dois de cada lado ou
que tenha vários lados, pode ter quatro versões sobre o mesmo fato, oferecendo
uma reflexão aos seus ouvintes, e essa reflexão é motivada pela pesquisa, que é
interativa. As pessoas também participam, dando a sua opinião, mas também o
ouvinte participa, há a participação, a opinião do povo que está na rua. Então,
eles dão a sua opinião sobre aquele assunto.
Eu acredito que muito mais do que a resposta à
pesquisa, que às vezes é sim ou não, ou isso ou aquilo, é um aprofundamento do
tema, uma visão muito mais abrangente, e isso faz com que se amplie a visão das
pessoas em relação à vida, em relação ao mundo. As pessoas se identificam com
uma posição, ou não, discordam, opinam e conseguem criar conceitos.
Isso tudo é conduzido com muita simpatia pelo Lauro
Quadros, com muita inteligência, com muito talento; de uma maneira democrática
ele consegue com que o espaço seja trabalhado por todos os lados, com o mesmo
tempo, mas sempre muito instigante.
Então, essa condução do Lauro Quadros, eu acho que
é única também, que é singular, e faz com que o programa seja tão reconhecido
pelas pessoas, com que seja tão importante.
O Sr. Elias Vidal: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Desde já agradeço, Verª Margarete Moraes,
por conceder este momento, e quero parabenizar mais uma vez o Ver. Carrion por
esta iniciativa justa, esta homenagem a você, Lauro Quadros, por quem eu tenho
uma simpatia muito grande. Primeiro, porque você tem o nome do meu pai, Lauro;
segundo, porque você faz um trabalho com muita competência.
Eu quero, nas minhas poucas palavras, dizer que
você faz parte de um grupo muito seleto, de homens que fazem a vida dos outros
melhor, são homens como você que trazem sentido à vida. Se você fosse um a menos neste Rio Grande pode ter
certeza de que a qualidade de vida seria muito menor neste Estado.
Você contribui muito, você
faz um trabalho como se fosse um sacerdócio, com sabedoria e com competência.
O
Sr. Elias Vidal: Que
Deus te ilumine, que Deus te ajude, e que a Vereadora continue essa linda
explanação, que todos nós merecemos nesta tarde festiva! Obrigado.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Obrigada,
Ver. Elias Vidal. Peço ao Presidente que eu possa concluir. (Pausa.) Eu estava
me referindo ao que, mais ou menos, diz uma música do Paulinho da Viola: “As
coisas estão no mundo; eu só preciso entender”. Eu acho que essa é mais ou
menos a síntese desse Programa.
Eu
quero dizer que o Lauro Quadros é muito maior, muito mais abrangente do que o
programa Polêmica; ele tem um currículo muito forte na área do Jornalismo, como
profissional, mas ele também é reconhecido pela sua dimensão humana. Eu acho
que é muito importante o trabalho que ele faz pela saúde, sendo voluntário do
Instituto do Câncer Infantil, sempre incentivando as novas descobertas
científicas pela saúde.
Enfim,
em nome da minha Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, receba o nosso
abraço, Lauro Quadros, e dizemos que a imprensa tem uma responsabilidade muito
grande sobre a política, sobre a vida das pessoas, e o Lauro Quadros, Ver. Raul
Carrion, é um jornalista que orgulha a todos nós, ele tem um trabalho de muita
responsabilidade, de muita sensibilidade, e é muito importante que muito mais
polêmicas surjam na nossa Cidade. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Nós
citamos nomes de pessoas que estão aqui presentes como uma homenagem pessoal
que esta Casa recebe dessas pessoas com sua presença, mas nós queremos dizer
que todos aqueles e aquelas que vêm até a Câmara Municipal são muito bem-vindos
e honram esta Casa com sua presença. Eu comentava com o Jornalista Lauro
Quadros que se não fosse este horário, que é impróprio para que as pessoas
saiam de seus afazeres para virem até a Câmara Municipal, nós teríamos, com
certeza absoluta, esta Casa repleta de pessoas para aplaudir, para homenagear o
Lauro Quadros.
Lauro,
nós terminamos com os representantes dos diversos Partidos, que falaram em nome
desta Casa para homenageá-lo, mas nós queremos dizer que a satisfação que nós
temos e a homenagem prestada a você neste Requerimento que foi aprovado e
assinado pelo Ver. Raul Carrion, é a homenagem que você presta a esta Cidade,
porque muitos dos assuntos que você traz ao seu Programa são assuntos ligados a
esta Cidade, a esta Cidade que nós representamos. Nós, os 36 Vereadores, aqui
representamos Porto Alegre, e este espaço às vezes é pouco para que nós
possamos debater todos os assuntos ligados a esta Cidade, e às vezes nós
precisamos realmente fazer com que as nossas opiniões, as opiniões da Câmara,
possam chegar mais distantes, e através de um Programa como o seu, que dá valor
exatamente a esses temas ligados a Porto Alegre, nós, Vereadores de Porto
Alegre, juntamente com toda a sociedade, conseguimos fazer com que esta Cidade
realmente possa melhorar a sua condição de vida, a sua qualidade de vida. Por
isso os nossos agradecimentos, os agradecimentos desta Instituição, Câmara
Municipal, a você, por tudo aquilo que você vem fazendo.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Entendo,
regimentalmente, não ser o tempo, mas resta a quem não dispõe de tempo, ser
esta a oportunidade, porque a ausência poderia parecer, meu querido Lauro,
indiferença. Então o PTB está aqui para saudar o teu Programa e a ti, por todos
os predicamentos que possui, já deduzidos em tantas e tantas oportunidades
nesta Casa. Portanto, o Polêmica está de parabéns e o seu produtor também.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Convidamos
o Ver. Raul Carrion, proponente desta homenagem, no período das Comunicações,
para que venha à nossa Mesa Diretora dos trabalhos para fazer a entrega das
homenagens ao Jornalista Lauro Quadros.
(Procede-se à entrega da
Placa.) (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu
fui avisado pelo homenageado, logo em seguida, quando eu estava anunciando a
Mesa e chamava o representante da RBS para vir aqui compor a Mesa Diretora dos
trabalhos: “Por favor, fala Toigo”. O Sr. Cláudio Toigo Filho, Diretor da RBS
Rádio, também recebe das mãos do Ver. Raul Carrion a homenagem desta Câmara
Municipal.
(Procede-se
à entrega do Diploma.) (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Sempre
que se presta uma homenagem a uma pessoa que tem o reconhecimento e o valor do
Jornalista Lauro Quadros, o ponto alto da solenidade não é, na verdade, a
palavra de quem a está homenageando: o ponto alto da solenidade é a palavra do
homenageado. Então, todo mundo fica esperando: “Vamos ouvir o que o Lauro vai
falar”.
Neste
momento, peço que use a tribuna da Câmara Municipal o Jornalista Lauro Quadros.
O
SR. LAURO QUADROS: Sr.
Presidente, Luiz Braz...
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): E
agora eu não marco o tempo, viu, Lauro?
O
SR. LAURO QUADROS: Obrigado
a V. Exª. Colocou-me numa grande responsabilidade dizendo que o ponto alto -
Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, imaginem -, que o ponto alto é esta hora! A
minha hora, imaginem só. Representantes de todos os Poderes, inclusive o
eclesiástico, Padre Luis Melo; um abraço, Dom Dadeus, Tarcísio; meus
queridos colegas, meu jovem Diretor Cláudio Toigo; meu velho companheiro
Batista Filho, de tantas lutas. Aqui, já, o Ibsen e o Haroldo, que são colegas
também. Eu estou emocionado - parece que não, mas estou. Ou será que parece que
sim?
A
última vez que estive aqui, nesta tribuna, foi para agradecer o Título de
Cidadão Emérito de Porto Alegre, de iniciativa da então Vereadora, depois
Deputada, depois Ministra do Tribunal de Contas, Terezinha Irigaray, minha
madrinha, que me concedeu este Título. Na antiga Casa, Ver. João Antonio Dib,
meu ex-Prefeito, o mais antigo da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, eu
ocupei a tribuna em 1966; lá se vão 40 anos, por isso é que o Dib diz que eu
sou mais antigo do que ele. E a mais jovem, a Manuela, que saiu daqui deixando
um bilhete para mim, dizendo o seguinte (Lê.): “Querido Lauro, como a luta não
pára, tive que ir correndo para a manifestação do CPERS”. E lá se foi ela, a
Manuelinha; “O meu abraço”, e tal; teve que se retirar, é a mais jovem da Casa.
Outro dia ela fez uma pesquisa para saber quem foi o Vereador mais jovem de
Porto Alegre, se ela ou eu, e eu disse: Manuela, fica tranqüila, és tu
disparadamente, porque a eleição foi em 1963, e eu assumi só em 1966. União
Democrática Nacional, o preço da liberdade é a eterna vigilância. Bom, ninguém
é perfeito.
Mas
as autoridades não se esgotam aí. Eu estou vendo lá na extrema esquerda o meu
querido amigo, meu irmão, Jaime Eduardo Machado, Ouvidor do Estado do Rio
Grande do Sul. Eu cometi uma traição contigo, Luiz Braz, eu não te avisei que o
Ouvidor estava aí, mas eu queria ter este privilégio, esta prioridade. Vejo
meus amigos do Instituto do Câncer Infantil; a minha família, a minha mulher,
as minhas filhas, representando, aqui, também os filhos ausentes: o Marcelo,
que está em Buenos Aires e a Laura, em São Paulo; meu neto, o Victor,
representando os demais netos também, o Cícero, o Ernesto e o Pedro; o Mário,
meu genro, cujo sobrenome todo mundo me pergunta: “Como é que se pronuncia isso
aqui?”. Isso aqui é Krumholz, está bom? Lembro dos patrocinadores, e aqui vejo,
emblematicamente, o Divina Providência, se fazendo representar, e um ouvinte
muito especial, que é uma referência, porque há os ouvintes eventuais e os
permanentes, os diários, como por exemplo, o Jorge Goulart, que já foi Vereador
desta Casa por muito tempo, e que hoje é advogado em Capão da Canoa de onde
veio para homenagear o programa Polêmica; não para me homenagear, porque a
homenagem é ao programa Polêmica, o “Polêmica” não é só o Lauro. Eu vou
aceitar, porque seria falsa modéstia, que seja muito o Lauro. Afinal, estou
nesse horário - Ver. Raul Carrion, muito obrigado - há 21 anos. Eu comecei na
Gaúcha, em 1959, há 47 anos, mas quando eu, depois de passar pela Rádio Guaíba,
Haroldo, 23 anos, e pela própria Rádio Pampa, um ano, e voltei para a Gaúcha,
onde já estou há 21 anos, eu assumi esse horário. Durante 12 anos foi o
Programa Lauro Quadros, e tinha este nome não por minha escolha. A direção de
então, Flávio Alcaraz Gomes, resolveu que, como ele também gosta do Programa
Flávio Alcaraz Gomes, ele disse: “O teu Programa como é que vai ser? Vai ser
Lauro Quadros, e pronto”. E assim foi durante 12 anos. O “Polêmica” tem nove.
Rita
Campos Daudt, minha colega, que não posso esquecer; minha colega mais de uma
vez, como jornalista, na pastoral, hoje dirigente da CRT.
Mas
o Programa Lauro Quadros durou 12 anos, e era, modéstia à parte - eu disse que
não é só o Lauro, porque tem a Silvana Pires, o João Vitor Santos, isso é o
“Polêmica”... Como é que surgiu o “Polêmica”? Antes, veio esse programa de 12
anos, que era um programa de variedades, se alguém lembra - certamente muitos
lembram -, existia o quadro de Medicina, o quadro de Comportamento, entrevistas
na política, na economia, etc. Bom, esse programa ganhou um Prêmio ARI - meu
amigo Batista Filho, que aqui representa a Associação Riograndense de Imprensa
-, em 1986, já referido pelo Ver. Raul Carrion, e que eu quero sucintamente
contar para vocês como é que foi. Eu não me inscrevi no Prêmio ARI, o Ranzolin
e o Kleiton Selistre inscreveram-me, inscreveram o trabalho que eu fiz e que
foi, vamos convir, não por modéstia, foi quase um acaso, quase um acidente.
Copa de 1986, no México, fuso horário marcando a diferença de 3 horas, que foi
identificada nesta noite novamente, Ibsen Pinheiro; então o programa era das 6h
às 9h, no México, e das 9h ao meio-dia no Brasil. Levantávamos, o Holmes e eu,
diariamente às 5h para fazer o programa. O Paulo Ricardo Macário, que era
produtor daquele programa, tinha que encher 3 horas - o Éldio Macedo ouvia Trio
Los Panchos, era uma loucura - disse: “Olha, apareceu um sujeito aqui no jornal
Zero Hora, dizendo que quer contar o Terceiro Segredo de Fátima.” Muito bem, e
aí? Vamos fazer, não vamos fazer? Não, vamos fazer, mas só que vamos gravar, o
cara pode ser muito doido e, daqui a pouco, a gente grava, não é? Não valeu,
não valeu; valeu vai para o ar, aquelas coisas, não é, Haroldo? Bom, aí, na
confusão do México, Guadalajara, Cidade do México, coisa e tal, altitude,
banzo, daqui a pouco não deu para gravar, vamos ao vivo para o ar: “Vamos ao
vivo? Vamos ao vivo! Bota no ar, fulano! E aí, amigo? Primeiro Segredo de
Fátima é tal; Segundo Segredo de Fátima é tal; Terceiro Segredo de Fátima...”,
e o cara me enrolava, enrolava, e nada. Até se sabe hoje qual teria sido:
aquele atentado ao Papa, parece que elucidou isso aí; o João Nedel pode saber
melhor do que eu, e o Padre Luis Melo muito melhor ainda. Mas, naquela época,
20 anos atrás, em 1986, não. Ele me enrolou tanto que eu disse: “Olha, o senhor
está me enrolando, vamos deixar assim, obrigado, bom-dia, passe bem, acabou, e
segue em frente”. Muito bem, até aí é brincadeirinha. Só que, no mesmo ano de
1986, eu chego à Rádio de manhã, e os caras me comunicam o seguinte: “Há um
cidadão na Rádio Capital com um revólver na cabeça de uma senhora, exigindo que
ou ele revela o Terceiro Segredo de Fátima pela Rádio Gaúcha para o Lauro
Quadros - que sou eu - ou ele mata a funcionária da Rádio Capital”. Vou para o
ar na Rádio Gaúcha e, durante duas horas e meia - eu disse duas horas e meia,
não são dois minutos e meio -, eu tentei dissuadi-lo, e consegui, com a ajuda
do Espírito Santo - não é Padre Luis Melo -, buscando forças não sei onde,
enquanto a Brigada cercava o prédio da Rádio Capital; e aí ele acabou sendo
desestimulado a fazer o que pretendia fazer - o que eu acho que, no fim, ele
não iria fazer, mas ameaçou, e desistiu, foi preso, foi para o Instituto
Psiquiátrico Forense, depois, como convinha, como era compatível com a
situação.
O
Ranzolin e o Kleiton escreveram esse trabalho, e a cobertura da Copa do Mundo
no México, em 1986, tirou segundo lugar; o trabalho tirou o primeiro - de novo,
modéstia a parte. Então, esse foi o programa que antecedeu o ”Polêmica”.
Por
que eu fiz essa digressão? Porque um dia eu cheguei à Rádio, e o Ranzolin, que
ainda era o Diretor, me chamou e perguntou assim - sutil -: “Se o formato do
programa Lauro Quadros estivesse cansado, que programa teríamos no lugar do
teu?” Perguntei: “Eu continuo de apresentador?” Respondeu: “Sim. Qual seria a
tua sugestão?” Disse: “Um programa de debates, e o nome óbvio: Polêmica”. É o
que está no ar até hoje, durante nove anos.
Bem,
o Polêmica todo mundo conhece, eu tenho essa pretensão, não vou aqui cansar a
beleza de vocês dizendo do que se trata, mas muito me perguntam. Claro, há a interativa;
há os ouvintes pelo telefone; há o povo nas ruas; há tudo isso. Há também a
funerária, já foi falado aqui - a minha funerária predileta, há tudo isso; e aí
eu tomo cuidado de não misturar, não colocar juntos funerária e Divina
Providência, tenho de tomar esse cuidado. Outro dia, o Pablo Miguel me disse -
Pablo Miguel é lá do Centro de Hérnia -: “Tu estás bem lá no Centro de Hérnia,
tu fazes a propaganda legal, mas não me coloca perto da funerária!” Tem dessas
coisas! Tudo bem!
Às
vezes, me perguntam qual é o recorde de ligações na interativa? E eu respondo:
ano de 2001, penúltimo ano de Olívio Dutra, mil dias do Governo Olívio - foram
16.700 ligações. Mas, depois, isso não se repetiu mais. Já tivemos 8 mil, 6
mil, 5mil ligações - não vai decrescendo o número de ligações, não se
preocupem, o ibope continua estável, lá perto de 40 pontos, graças a Deus. Mas,
programa de política, com aquela guerra, tem mais ligações do que programas de
comportamento, embora eu diga que os ouvintes dos programas de comportamento
não são em menor número, possam ter eles 200 ou 300 ligações. Por exemplo, um
programa que coloca oftalmologistas contra optometristas dá 5 mil ligações,
porque as categorias se mobilizam e o resultado é esse. Hoje, o programa foi
“Com quem está a razão: professores em aula ou professores em greve”? - dentro
daquele maniqueísmo assumido na interativa, meu amigo Alfredo, quero dizer
Ibsen Pinheiro - isso poucas pessoas conhecem -; quando o Ibsen me telefonava,
no tempo dos mandarins, ele dizia: “Aqui é o Alfredo”, e eu respondia: “Aqui é
o Januário”. Informação privilegiada. Ele me usava, e eu usava o Ibsen. Aquela
reciprocidade maravilhosa.
Mas,
voltando ao programa de hoje, foram mil quatrocentas e poucas ligações. Se
tiverem curiosidade, se não acompanharam, o resultado foi que 62% entendem que
certas estão aquelas que continuam trabalhando - e a Manuela não está aqui para
ouvir isso; ela ia ficar chateada - e 38% entendem que certas estão as que
estão em greve.
Para concluir - devo ter falado aqui o dobro dos
cinco minutos regimentais -, estou
muito feliz com esta homenagem, Raul Carrion. Foram muito generosos os nossos
oradores aqui. Senti a preocupação do Elói Guimarães - puxa, não vou
conseguir... -, eu ia entender, Elói, não te preocupa. E o Elias Vidal disse
uma coisa que me tocou muito, no aparte que fez à Margarete, todos falaram de
uma forma muito carinhosa, e o Elias Vidal falou na questão de fabricar a
felicidade para as pessoas; isso, pretensiosamente, também. Mas não gosto que
me chamem de formador de opinião; não gosto, não sei por que, não gosto desse
rótulo, até pode ser que eu seja um dos, mas não gosto.
Agora,
quando dizem que esse trabalho é para alegrar as pessoas, que preenche a vida
das pessoas de uma certa forma, e que é, como ele disse, um sacerdócio - e eu
quis ser padre, quando tinha 11 anos, e desisti -, quem sabe, se for um
sacerdócio, isso me gratifica bastante.
Quero
dizer o seguinte, Cláudio Toigo - agora estou falando com o meu patrão -: são
21 anos nesse horário, são 9 anos de Polêmica, se amanhã ou depois, se daqui a
um ano, se na semana que vem, se daqui a 10 anos tu chegares para mim e
disseres assim: “Tu não achas que cansou o formato do Polêmica?” Tu podes
chegar sem nenhum problema. Eu estou achando que não cansou, pelo que nós vimos
aqui nesta tarde, mas se estiver cansado, aí, sim, pretensiosamente, outra vez,
eu quero ter o direito de dar uma sugestão, como essa que acabou, parece, tendo
um final feliz. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Queremos
agradecer, primeiramente, ao Ver. Raul Carrion por ter propiciado este momento
para a Câmara Municipal; depois, agradecer a todos os Vereadores e Vereadoras
que falaram em nome de nossa Instituição; agradecer às autoridades que aqui
compareceram para prestigiar este Período de Comunicações e esta homenagem; e
agradecer mais uma vez ao jornalista Lauro Quadros, com o seu Polêmica, mas não
só através do Polêmica, porque, afinal de contas, quando prestamos esta homenagem
ao Lauro Quadros, estamos homenageando toda a sua trajetória no campo do
jornalismo. E ele, como um homem que realmente dignifica a nossa raça humana,
faz com que esta Casa se sinta engrandecida neste momento em que estamos
prestando esta homenagem.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h35min.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz - 15h44min): Estão
reabertos os trabalhos.
Existem, ainda, Vereadores inscritos no período de
Comunicações.
A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações,
por cedência de tempo do Ver. Carlos Todeschini.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
quero, no início deste meu pronunciamento, agradecer por poder estar ocupando a
tribuna no lugar do Ver. Carlos Todeschini. Também quero parabenizar o nosso
Ver. Raul Carrion pela homenagem ao querido Lauro Quadros e ao seu programa
Polêmica, na tarde de hoje.
Mas eu gostaria de abordar, nesta tribuna, uma
reflexão importante que, ontem, nós fizemos na cidade, não só na cidade de
Porto Alegre, mas em todas as cidades do mundo inteiro, sobre o Dia
Internacional da Mulher. Tivemos a grata satisfação de participar de uma bela
caminhada, da Marcha Mundial de Mulheres, na Cidade, uma caminhada refletida em
todas as Capitais, em todas as cidades, no dia de ontem, pela luta pelos
direitos das mulheres em nossa sociedade. Pudemos também continuar essa
caminhada, na tarde de ontem, na cidade de Alvorada, e levantamos vários
aspectos importantes no que diz respeito às mulheres.
Lá, em Alvorada, verificamos que um atendimento
importante, a Delegacia da Mulher, foi fechado, não há mais esse atendimento. O
Posto criado na gestão da Prefeita anterior, da Prefeita Estela, foi fechado;
não há mais esse atendimento na cidade, um atendimento qualificado, algo por
que nós lutamos, as militantes feministas em todo o nosso Estado, para que de
fato isso se constitua como uma garantia de direito nas cidades. Nós pudemos,
ontem, então, constatar que este atendimento não é mais realizado na cidade de
Alvorada. Uma cidade permanentemente em estado de violência e com os números de
mortos sendo colocados abertamente à população, todos os dias.
Também quero fazer uma referência a uma outra
categoria de mulheres da nossa cidade, sindicalizadas, do CPERS, que vêm, desde
o dia 02 de março, lutando por melhores condições de salário, por melhores
condições de trabalho. E
hoje à tarde, na semana do 8 de março, na semana dos direitos das mulheres,
elas estão caminhando pelas ruas de Porto Alegre, numa passeata, refletindo com
a sua categoria, cuja composição na maioria são mulheres, sobre as suas
questões profissionais, Ver. João Antonio Dib.
É
importante trazer que, a cada dia, está sendo feita em todo Rio Grande do Sul,
através do Sindicato, uma contabilização, e há, de fato, um aumento da adesão à
greve do Magistério Público no nosso Estado. Mas, aqui, eu quero lembrar que
essa greve, que prejudica alunos, famílias, com certeza, vem trazendo no seu
bojo uma reflexão, uma pauta de luta e de reivindicação histórica no movimento
de mulheres.
Por
isso eu quero fazer a relação direta da greve das professoras e professores do
Estado, do CPERS, com a luta das mulheres nesta semana, que nós todos
comemoramos, irmanados no mundo todo.
Quero
lembrar também que, nas escolas, além da questão salarial, as professoras e os
professores vêm trazendo a informação de que as escolas estão num completo
abandono. Prédios completamente destruídos, falta de estrutura, falta de
professor em sala de aula, e, sobretudo, a violência cercando as nossas escolas
- tudo isso também é pauta de reivindicação desse movimento. A sociedade não
pode fechar os olhos para o que está acontecendo, não pode simplesmente achar
que é ruim fazer greve; todos nós achamos que é ruim, porque há um prejuízo.
Agora, nós temos que estar atentos para a pauta de reivindicação de uma
categoria, formada majoritariamente por mulheres no nosso Estado, que vem
dizendo da necessidade de um aumento de salário, sim, mas da necessidade de
melhores condições de trabalho.
Não
é mais possível as professoras serem ameaçadas dentro das escolas, dentro das
salas de aula; não há mais condições de os alunos serem violentados, ameaçados
nas portas das escolas, porque a violência toma conta das nossas ruas, das
nossas cidades, do nosso Estado.
São
dois temas importantes que nós trazemos aqui hoje: a questão da Educação no
Estado do Rio Grande do Sul e a violência que assola cotidianamente,
permanentemente a todos nós, através dos jornais, através das matérias
publicadas nos jornais, mas, sobretudo, a violência que aporta as nossas
escolas, em especial na cidade de Porto Alegre, quando as nossas professoras e
professores são ameaçados, são violentados em seu direito de trabalhar com
dignidade, quando sequer, por vezes, conseguem entrar na sala de aula, ou são
mandados por traficantes para fora da vila onde trabalham.
É
esta a reivindicação, e esta denúncia que nós queremos fazer nesta semana em
que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, sobretudo o direito das mulheres
trabalhadoras da Educação, funcionários, funcionárias, professoras e
professores, irmanados nessa luta por condições de salário melhor, sim, mas por
condições de trabalho dignas, por uma Educação digna no Estado do Rio Grande do
Sul e por melhores condições de Segurança pública para este Estado. Obrigada.
(Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu pergunto aos Srs. Vereadores e às Sras
Vereadoras se vamos manter essa proposta construída para votação de projetos e
requerimentos. Eu gostaria que os senhores e senhoras líderes se manifestassem
se essa proposta aprovada para quarta-feira vai ser mantida hoje, quinta-feira.
Porque a proposta que tenho em mãos é uma proposta de quarta-feira.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, comentávamos no Plenário,
antes de V. Exª trazer este assunto, exatamente nesse sentido. Já que na
reunião de Lideranças nós havíamos feito uma agenda para quarta e quinta-feira,
e ontem, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, por evidência, as coisas
se alteraram e a Sessão sequer entrou na Ordem do Dia, eu creio que hoje
aqueles projetos deverão ser mantidos na sua respectiva ordem, com a inclusão
de dois Requerimentos de Urgência, de autoria da Verª Clênia. Acho que não
haveria problema.
E
só para ilustração de V. Exª, naquela reunião, aquele Requerimento referente à
questão do racismo, hoje já está em condições - por causa da questão das 48 horas -, ficou
deliberado que se já estivesse em condições, também seria incluído.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Exatamente na
ordem, como já está aqui.
O SR. NEREU D’AVILA: Há a questão
dos cubanos, depois o Requerimento do racismo, também os dois Requerimentos de
Urgência da Verª Clênia.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver.
Sebenelo solicita a inclusão de uma Moção com relação à invasão da Aracruz, que
é um fato atual.
O SR. NEREU D’AVILA: Mas já
correram as 48 horas?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): É um Requerimento, e no entendimento desta Mesa não há a necessidade das
48 horas para ser incluído na discussão.
O SR. NEREU D’AVILA: Mas o meu
Requerimento exatamente não entrou ontem por não terem transcorrido as 48
horas, e é um Requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Mas se V. Exª
conhece bem o Regimento, no Regimento nós não temos prazos para o ingresso de
requerimentos.
O SR. NEREU D’AVILA: Eu não tenho
nada contra. É claro que estou falando em tese. Agora, no caso do Ver.
Sebenelo, se as outras Lideranças concordarem, da parte da Liderança do PDT não
há nenhum problema. Mas isso não foi trazido a mim; o que me foi trazido, pela
parte do Governo, foram as questões da urgência do Governo. Não tenho nada a
opor neste sentido.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Presidente, eu
tenho uma preocupação: a nossa formação da Pauta sempre foi uma coisa difícil
de ser feita, porque nós a fazíamos dentro do Plenário. Então, houve um pedido
ao ex-Presidente da Casa, Ver. Elói, para que a Pauta fosse decidida na reunião
do Conselho de Líderes e Mesa Diretora, nas segundas-feiras. Era no sentido de
que todos os Líderes pudessem levar a esta reunião a proposta de pauta da sua
Bancada, sendo discutida coletivamente, e aprovada coletivamente. Algumas
modificações foram feitas em relação a isso, nas seguintes circunstâncias:
havendo preliminarmente um acordo, e havendo um erro técnico e esse
requerimento não entrasse por um erro técnico. Foi o caso do Requerimento de
Urgência, já previamente acordado. Mas nós havíamos feito um acordo com o Ver.
Ibsen Pinheiro, que nós votaríamos esses Requerimentos - houve um erro técnico,
incluindo os que estavam errados -, depois o Projeto do Ver. Ibsen, porque
senão nós não estaremos seguindo os critérios, sendo honestos com a decisão com
que nós nos prometemos para o Ver. Ibsen.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Esta decisão, este Vereador conhece. V. Exª sabe que este Vereador cuida muito
do Regimento, só que na Sessão de ontem, nós deveríamos ter votado de acordo com aquilo
que foi decidido na reunião de Líderes, mas retiraram o quórum, e não foi culpa
deste Vereador. Então, houve uma alteração, e por causa dessa alteração é que
este Vereador está perguntando se nós vamos manter exatamente aquele quadro que
foi votado para quarta-feira ou não. Só que é claro que nós já alteramos a
decisão de Lideranças, de acordo com aquilo que foi acordado na reunião de
terça-feira.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, com todo respeito a todas as reuniões de Mesa e de Lideranças que
ocorrem nesta Casa, quase todas as decisões foram alteradas pelo Plenário, em
pequenas proporções, muitas vezes, mas sempre alteradas. O que deve prevalecer
são realmente as decisões; porém a instantaneidade dos fatos, a inexistência de
duas Sessões sem a entrada na Ordem do Dia num espaço de menos de uma semana, e
principalmente a instantaneidade e a atualidade do problema...
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu vou pedir,
por favor, que todos sejam rápidos para que possamos seguir a Sessão.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Acho que isso
é uma justificativa plena, não para uma mudança no todo, mas apenas para uma
inclusão, já que outras foram incluídas também.
O SR. RAUL CARRION: Sr.
Presidente, em primeiro lugar há uma nova norma de funcionamento, diferente da
do ano passado, pelo menos parcialmente, de mesmo os requerimentos terem de ser
apregoados e terem um prazo. Tanto lembro que quando tivemos aqui os cubanos,
nós não votamos o Requerimento, porque não tinham corrido todos os prazos.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Mas não é do
Regimento, Vereador.
O SR. RAUL CARRION: Em segundo
lugar, é o estabelecido, hoje, pela Diretoria Legislativa, de comum acordo.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Mas a
Diretoria Legislativa não é o Regimento da Casa. O Regimento da Casa está
escrito, e este é o Regimento que é respeitado pela Mesa. Pelo menos enquanto
este Vereador estiver na Presidência, este Vereador respeita o Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Foi um acordo
estabelecido entre os Vereadores para permitir que todos soubessem os
requerimentos com antecipação e, em terceiro lugar, parece-me que o melhor
encaminhamento, que é a sua pergunta, seja no sentido de que o acordo para a
votação feito para esta semana, que sofreu o atraso, não foi provavelmente uma
retirada de quórum no dia de ontem - porque devemos considerar o Dia
Internacional da Mulher, e a nossa Bancada é uma Bancada representativa -, mas
que seja mantido com o que houver de acréscimo e de consenso. Parece-me que há
um consenso sobre dois Requerimentos da Verª Clênia Maranhão.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Vereador Raul.
O Ver. Raul está com a palavra em Comunicações, por
cedência de tempo da Verª Manuela d’Ávila.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Luiz Braz,
demais Vereadores e Vereadoras, todos os que nos assistem aqui, bem como em
suas casas. Em primeiro lugar, nós queríamos fazer uma referência à realização,
na noite de ontem, de uma grande atividade comemorativa aos 100 anos do Arquivo
Público. Estivemos lá, à noite, onde estiveram presentes Secretários de Estado,
representações culturais de toda a Cidade, uma grande quantidade de pessoas
visitando, inclusive, o Arquivo Público, hoje recuperado parcialmente e ainda
em obras para uma recuperação maior. O Arquivo Público foi criado no dia 08 de
março de 1906; portanto, no dia de ontem, comemorou cem anos. Foi o primeiro
prédio, na América do Sul, criado no Governo de Borges de Medeiros, que foi
construído especificamente para abrigar documentos. São dezoito milhões, hoje,
de documentos que se encontram no Arquivo Público, ali na Avenida Riachuelo,
que guardam a nossa história, guardam o nosso passado.
Foi um grande ato, muito importante e nós queríamos,
aqui da tribuna, manifestar a homenagem do PCdoB ao Arquivo Público.
Em segundo lugar, queremos dar conta de uma
representação que o Presidente desta Casa e o Presidente da CEDECONDH nos deu
hoje, pela manhã, numa Audiência Pública com a presença do Ministro da
Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, no
Auditório do Palácio do Ministério Público, nosso “Forte-apache”, ocasião,
então, em que foi assinado um Termo de Adesão e feito um debate sobre o Plano
de Ações Integradas para a Prevenção e Controle da Tortura no Brasil. Lá
estiveram presentes a OAB, a Defensoria Pública, o Ministério Público, o
Governo do Estado, a Assembléia Legislativa e a representação da nossa Casa,
quando, então, foi tratado sobre esse problema, que, evidentemente, no período
da ditadura, atingiu basicamente, Ver. Ibsen Pinheiro, os militantes democráticos, os
militantes da redemocratização deste País - e era, portanto, uma tortura
basicamente política -, mas que hoje é uma tortura que segue nos cárceres, nas
prisões, não mais com esse caráter político, mas atingindo, basicamente, as
nossas populações marginalizadas: negros, pobres e pessoas que, por essas ou
outras condições, vão parar nas prisões e são submetidas a torturas, algo
evidentemente inaceitável na nossa sociedade.
E
o terceiro ponto de que eu queria tratar, Ver. Comassetto, Ver. Maurício - não
vejo, aqui, os demais Vereadores da CEDECONDH - Ver. Ervino, aqui presente, que
esteve conosco, é sobre a visita oficial da Comissão ao novo assentamento da
Morada do Sol, onde, há cerca de dois meses, cerca de 120 famílias, mais de 600
pessoas - Ver. Mario Fraga, que também acompanhou aquele problema - elas foram
jogadas ali no Porto Seco em situações terríveis. E nós decidimos visitá-los -
não é, Ver. Ervino? - para ver a situação em que eles se encontram. E eu vou
mostrar inclusive, aqui para os Srs. Vereadores e para a televisão, a situação
de total abandono em que se encontram aquelas pessoas: sem água, sem luz, sem
saneamento mínimo, com poucos banheiros públicos - aqueles banheiros móveis -,
e sem perspectiva concreta de nada. (Exibe fotografias.)
Nós
estivemos com a equipe da Câmara, fotografando a situação terrível: a água, o
esgoto correndo na rua; crianças em condições totalmente precárias, Ver. Nedel,
que, normalmente, tem vindo aqui para denunciar esses casos, trazendo
fotografias também. Eu estou seguindo o seu ensinamento aqui, ou seja, sou um
discípulo que aprende.
Então,
ao trazer esse problema, nós queremos alertar as autoridades do Município, e
nós estamos aguardando por uma reunião. Parece que se comprometeram com a
comunidade de, no próximo sábado, fazer uma reunião.
E
concluo, meu Presidente, aqui está a área que foi desocupada há dois meses,
mostrando que não havia essa urgência. (Exibe fotografia.) Ou seja, era
possível ter preparado um pouco melhor a área, aguardado dois meses e ter feito
o despejo.
É
isso, agradecemos pela tolerância do nosso Presidente; estamos trazendo isso
para tentar uma solução com a brevidade possível. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrado
o período de Comunicações.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e no Canal 16 da TVCâmara,
queria saudar a todos. Eu falo neste tempo de Comunicação de Líder em nome da
Bancada do meu Partido, o Partido Democrático Trabalhista, em meu nome, em nome
do Ver. Nereu, do Ver. Mario, do Ver. Márcio e da Verª Neuza Canabarro. Nós,
que temos uma história muito marcante neste País, lutamos e conseguimos, depois
de uma luta muito forte, de uma luta muito marcante por muitos anos, durante o
período da ditadura militar, que a nossa democracia plena, que a nossa
democracia ampla retornasse aos nossos Parlamentos e aos nossos lares. Agora,
eu digo a V. Exas. que os acontecimentos dos últimos dias, o que aconteceu na
Aracruz, na antiga Riocell, são acontecimentos, meus caros colegas Vereadores,
meu caro Presidente, que nos preocupam. O vandalismo dessas invasões, que não
são decididas de uma hora para a outra, meu caro colega Ver. Mario Fraga,
feitas por pessoas que invadem propriedades e destroem um patrimônio que dá
emprego, que auxilia a economia em que se dá o desenvolvimento do nosso País.
Nós, que conhecemos a Aracruz, não só eu, mas vários Vereadores desta Casa,
ficamos tristes com o que fizeram nessa empresa; é lamentável. É lamentável em
todos os sentidos. E o que mais nos preocupa é que foi no Dia Internacional da
Mulher, nós vimos nos noticiários de ontem a Isabel Gonçalves - que está há
vinte anos pesquisando, trabalhando numa empresa que traz divisas para o nosso
Rio Grande, para o nosso País - chorando. Tudo aquilo foi destruído. A
TVCâmara, por gentileza, está aqui (Mostra o jornal.), tem que mostrar - talvez
algumas pessoas que não tenham condições, que não tenham acesso aos nossos
jornais - o vandalismo, o crime que cometeram nessa empresa. Está aqui a fotografia
ampla em todos os jornais da nossa Cidade. (Lê.) “A ação colocou em risco o
emprego de mil e 200 pessoas que já trabalham na empresa e outros 50 mil
empregos diretos e indiretos que podem ser gerados, caso a Aracruz escolha o
Estado como sede de seu novo...” E tem mais, além de dar esses milhares de
empregos, uma duplicação da empresa daria “mais 50 mil empregos diretos e
indiretos, que podem ser gerados com uma nova fábrica com um custo de 1,2
bilhões de dólares”.
Além
desse bárbaro prejuízo, a destruição de milhares de plantas por pessoas com
foice, facões, e isso não é arma? Há poucos dias nós discutimos aqui a Lei do
Desarmamento. Isso não é arma branca? Essas invasões, essas destruições que
eles estão cometendo, não só isso, mas outros fatos que aconteceram. Mas o que
nos preocupa é a impunidade dessas pessoas, a impunidade dessas pessoas!
Eu
tenho aqui uma Moção de Repúdio que eu iria protocolar, mas foram mais rápidos,
porque estamos juntos nessa luta, o Ver. Luiz Braz e o Ver. Claudio Sebenelo.
Tenho certeza de que essa Moção de Repúdio será aprovada pela unanimidade desta
Casa. Vereador ou Vereadora que não aprovar essa Moção vai ter que se explicar,
aqui nesta tribuna, para a população de Porto Alegre!
Então
aqui fica o nosso alerta ao Governador do Estado em exercício, Ver. Antonio
Hohlfeldt, que já se pronunciou, repudiando essa atitude bárbara, criminosa,
bandida, que aconteceu lá! Então fica aqui o nosso alerta à Secretaria de
Segurança Pública, ao Poder Judiciário e ao Ministério Público Estadual e
Federal. Essa Moção tem que ser mandada também para o Presidente da República,
que tem de tomar conhecimento do que se passa aqui. Um País com desemprego
assustador, uma empresa que dá empregos e conserva o meio ambiente, porque nós
conhecemos o trabalho dessa empresa, já estivemos lá e sabemos da seriedade com
que essas pessoas trabalham, e acontece essa destruição. Como vão fazer outras
empresas que têm intenção de se estabelecer aqui no nosso Estado, meu caro Ver.
Maurício? O mundo todo deve ter tido conhecimento disso pelos jornais, pela
imprensa escrita, falada e televisada, dessa barbárie que está acontecendo aqui
no nosso Estado.
O
que há por trás disso aí? Será que essas senhoras, no Dia Internacional da
Mulher, decidem de uma hora para outra invadir uma empresa, uma propriedade,
cometendo uma barbárie? Não sei. Agora, se há algo que nos preocupa por trás
disso, isso tem que ser analisado, verificado; a Polícia Federal vai ter que se
envolver nisso. O nosso Ministério Público vai ter que se envolver nisso, e o
Poder Judiciário e o nosso comando da Brigada Militar vão ter que estar
alertas. Não só esse segmento tem obrigação de dar a nossa segurança, nós
também somos responsáveis por uma parcela da nossa segurança e da segurança das
empresas. Acho que o Poder Legislativo, a Câmara Municipal, a Assembléia
Legislativa, enfim, todos os segmentos sérios desta sociedade têm que repudiar
esses fatos que envergonham o nosso Estado, envergonham a nossa Bandeira e
envergonham a nossa Pátria!
Chega!
Está na hora de dar um basta a essa barbárie que está acontecendo!
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Ver.
Luiz Braz, no comando da Câmara Municipal, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que nos assiste nas galerias e aquele que acompanha a
Sessão Plenária de hoje pela TVCâmara, o que o Ver. Ervino Besson trouxe à tona
nesta tribuna é um dos fatos lastimáveis deste ano, mais um, porque há pouco
tempo nós tivemos, no Município de Esteio, um movimento organizado por essas
mesmas entidades - o MST, a Via Campesina e o Movimento das Mulheres Camponesas
- invadindo, depredando, roubando, furtando uma unidade de alimentos,
proporcionando um prejuízo da ordem de quatro milhões de reais. Essas mesmas
entidades retornam à temática e à preocupação destes Vereadores que ocupam a
Casa, das diversas organizações públicas, políticas, partidárias e institucionais,
porque reproduzem, mais uma vez, esse cenário caótico, banditista, mostram uma
forma desorganizada de construir a democracia! Invadem, roubam, furtam!
Já
tivemos o exemplo de um ativista chamado Bové, saudado pelo Governador Olívio,
que, ao entrar no nosso Estado, buscou destruir as plantações que tratavam de
avanços científicos para o futuro do Rio Grande do Sul e da economia
brasileira. Isso se reproduziu, novamente, nas invasões de terra! Reproduziu-se
na invasão da Standart Alimento! E, agora, Ver. Ervino, reproduziu-se na
Aracruz, uma entidade que mostrou, através de um elaborado trabalho, as
qualidades com que vem tratando a produção de celulose no Estado do Rio Grande
do Sul!
Uma
das coisas que mais me preocupa, Dr. Raul, é justamente quanto tempo levará
para que essas pessoas sejam punidas, porque isso é um movimento ilícito,
irregular! Essas pessoas que evocam a oportunidade de invadir, de destruir,
para construir diálogo, essas não merecem ter assento numa cadeira! Essas não
merecem ser ouvidas!
Está
na hora de o Poder Público interferir - e interferir na ferida. Se essas
pessoas, essas mulheres que, no Dia Internacional da Mulher, se colocaram de
uma maneira anacrônica, irresponsável, têm realmente interesse na Reforma
Agrária, o local próprio para que a realizem é numa colônia agrícola penal,
presas, sob o olho da lei! Porque isso é banditismo! Quem esconde o rosto com
uma máscara não merece crédito! Quem produz textos, diversos estudos, sem
revelar a fonte não merece ter credibilidade! O que nós colocamos em jogo é a
reconstrução de uma das empresas que tem atuação permanente não somente no
Estado do Rio Grande do Sul, mas no cenário nacional. A Aracruz, Ver. Dib,
estuda a implantação de uma nova planta industrial para a produção de celulose.
Essas mulheres, no dia de ontem, geraram um prejuízo de aproximadamente dois
milhões de reais! Colocaram em jogo a credibilidade que nós temos com essas
empresas que investem no Rio Grande do Sul pela construção de novas
oportunidades! Destruíram quatro milhões de mudas que seriam levadas às
plantações, aos agricultores e àqueles que investem no eucalipto como forma de
renda; fizeram com que não se tivesse mais oportunidade de garantia de geração
de poder econômico!
É
chegada a hora de tomarmos uma postura. Porto Alegre sediou o Fórum Terra,
Território e Dignidade, e nós vemos, pela TVCâmara, a imagem da Brigada Militar
contendo a invasão dessas mulheres que tratam do campo, Dr. Raul, mas que o
tratam de forma equivocada! Enquanto isso perdurar, nós não teremos chance de
construir, realmente, a democracia que queremos; tampouco teremos chance de
tratar a questão da Reforma Agrária com a técnica e com a propriedade que ela
precisa, e, acima de tudo, com respeito à propriedade privada, com respeito à história
das empresas de sucesso do nosso Estado, com o respeito à dignidade daqueles
que ainda querem ter um espaço para conduzir a sua vida, o seu processo, a sua
construção no solo gaúcho!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Luiz Braz, na presidência dos
trabalhos, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, muitas vezes somos
escravos das nossas próprias palavras, e eu, infelizmente, hoje, ainda que por
poucos segundos, o serei; eu, que tenho dito aqui, Ver. Comassetto, que noto no
seu semblante muita felicidade; eu, que tenho dito que esta tribuna tem servido
muito para Vereadores internacionais, Vereadores nacionais, Vereadores
estaduais, e alguns que têm a responsabilidade e a consciência de que foram
eleitos para defender a Municipalidade, serei breve, porque acho que nós temos
que voltar o nosso trabalho aqui para a Municipalidade. Mas, antes, quero fazer
também um repúdio a essas entidades que nós não sabemos como interpelar, porque
entidades que juridicamente não têm um representante, como é o MST, a Via
Campesina, entidades clandestinas, deveriam ser tratadas sempre como tal, e
infelizmente tenho certeza de que são o reflexo ainda de um dos seus patronos;
exemplo: o Sr. Bové ou muitos Comandantes da Brigada Militar que, no passado,
botaram o chapéu dessas entidades, quando deveriam respeitar e defender os
interesses da sociedade democrática, da democracia estabelecida, que dá
direitos a todos, dá deveres a todos, dá igualdade a todos.
Mas,
quanto a essas pessoas que reivindicam terra, tenho certeza, Prefeito Nilo, de
que se nós formos lá ver quem são, poucos, senão nenhum, são lá da sua terra, o
Alegrete. Na grande verdade não são trabalhadores, são pessoas que fazem parte
de um aparelho construído ao longo dos anos para fazer bagunça no País.
Eu
quero fazer um apelo a todos os Vereadores desta Casa: nós temos 63 projetos
prontos para serem votados. Sr. Presidente, não sei se me cabe fazer este
pedido, mas a vontade da maioria há de prevalecer nesta Casa, para que nós
possamos fazer um mutirão e mostrar que é possível aprovar projetos de
interesse maior da sociedade - não que projetos menores não sejam de interesse
da sociedade; eles o são. É interesse da sociedade aprovar projeto de nome de
rua, títulos, porque aqui nós valorizamos os cidadãos de Porto Alegre, cidadãos
que merecem todo o nosso respeito. Esses projetos também merecem ser aprovados
nesta Casa, com o nosso apoio, mas nós temos outros projetos. São 63 projetos
prontos para serem votados, prontos para serem discutidos, votados ou
rejeitados.
Eu
faço um apelo para que esta Casa, Sr. Presidente, possa refletir sobre isso, e
que a gente faça um mutirão aqui para mostrar que somos capazes de produzir
mais do que nós temos produzido aqui, porque a vontade da maioria dos
Vereadores desta Casa é produzir. Infelizmente uma minoria estrategicamente
consegue inviabilizar, muitas vezes, as Sessões, como aconteceu no dia de ontem.
Sr.
Presidente, eu sei que, de repente, pode ser intempestivo um pedido dessa
natureza, mas é um desabafo, porque nós não podemos permitir que representantes
da imprensa, que se especializaram somente em ver as coisas ruins, fiquem de
plantão para levar à sociedade críticas como se nós aqui não trabalhássemos,
como se todos nós aqui fôssemos iguais. Eu faço um apelo nesse sentido. Não
quero ser melhor do que ninguém, mas eu venho aqui para trabalhar, assim como
muitos de V. Exas. Nós precisamos nos somar, porque juntos seremos fortes.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Luiz
Braz, prezados colegas Vereadores, colegas Vereadoras, público que nos assiste,
quero falar hoje em nome da minha Bancada, do Partido dos Trabalhadores, sobre
o tema da Saúde pública, da saúde da mulher. Ontem, o mundo todo comentou,
analisou e discutiu o Dia Internacional da Mulher, porém, nós aqui, homens e
mulheres, temos que estar preparados e trabalhar intensamente para que o tema
da desigualdade seja, na área de gênero, de raça, nas questões econômicas ou
culturais, pauta das políticas públicas no dia-a-dia. E vou falar do tema da
saúde da mulher relacionada às políticas públicas, porque ontem tive a
oportunidade de estar, juntamente com o Presidente da Casa, o Ver. Dr. Goulart,
na inauguração do novo pronto-socorro de emergência do Hospital Fêmina. Um projeto
do Governo Federal que trouxe para Porto Alegre o tema da Saúde pública da
mulher, Verª Neuza Canabarro; uma carência que existia em Porto Alegre.
Hoje,
tive a felicidade, quando peguei um táxi, de o motorista espontaneamente
comentar: “Eu estou satisfeito com algo que me aconteceu hoje, levei uma pessoa
na urgência do Fêmina e não parecia serviço público de Saúde, Saúde pública”.
Não é uma coincidência de esse motorista de táxi estar comentando, facultando,
Ver. Bernardino, quando discutimos aqui projetos da ordem Federal, e que temos
que estar atentos para fazermos acontecer na nossa comuna, na nossa Capital, e
fazermos acontecer bem.
Nós
precisamos, aqui, discutir e relacionar, sim, as políticas públicas, e nesse
caso, a política de saúde direcionada à mulher, numa instituição do SUS, cem
por cento SUS, e que tem a pretensão, na sua estrutura, de atender nada mais,
nada menos do que 5.100 mulheres por mês. O que significa isso na nossa
conjuntura municipal da Saúde, em que os gastos públicos da Saúde, em Porto
Alegre, se dão 64% com recursos que vêm do Governo Federal, 34% com recursos
dos cofres municipais e somente 2% com os recursos do Governo do Estado, que
está, neste momento, com uma dívida constitucional, devendo para a Saúde
pública do Estado do Rio Grande do Sul, nada mais, nada menos do que um bilhão
de reais, e que não repassa, Dr. Raul, aos cofres municipais. Isso se reflete
na Saúde pública da Capital e do Interior. E a ambulancioterapia cada vez se
fortalece com isso. E o nosso Pronto Socorro, que é um dos melhores do Brasil,
fica sobrecarregado e não consegue dar o atendimento que merece à Saúde de
Porto Alegre, por causa da política da ambulancioterapia, já que o Governo do
Estado não cumpre com o seu papel de passar recursos para as diversas
Prefeituras para cobrir a área da Saúde.
E
eu não posso deixar de também trazer aqui, Dr. Sebenelo, o que está acontecendo
na Restinga com relação à Saúde pública. E quero novamente cobrar aqui, porque
as mulheres daquela comunidade vieram, também ontem, a esta Câmara, para trazer
novamente a reclamação - está no jornal, e quero que a câmera mostre para a
população. (Mostra o jornal.)
O
Posto de Saúde da Castelo, no ano passado, foi fechado, abandonado pelo Poder
Público Municipal, e foi dilapidado, roubaram tudo: móveis, janelas, telhas e
as paredes destruídas. Isso é responsabilidade pública do Município de Porto
Alegre.
Se
nós já tínhamos carência lá na Região Sul, também em outras regiões, o Posto de
Saúde da Família que existia na Vila Castelo, na Restinga, quando terminou a
nossa Administração Popular, hoje não existe mais, nem a sua estrutura.
Portanto,
essa é a diferença que quero aqui trazer para os colegas Vereadores, e para
todas as mulheres que visitem o Setor de Emergência para a Mulher, que foi
inaugurado, num projeto do Governo Federal em convênio com o Município, no
Hospital Fêmina. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos
ao
O Ver. João Carlos Nedel
está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente dos trabalhos, Ver. Luiz Braz; Vereadores e Vereadoras, muito já se
falou, hoje, a respeito dos terríveis acontecimentos de ontem aqui no Rio
Grande do Sul - terríveis -, que foram para o mundo um péssimo exemplo de
tirania e vandalismo, de assalto e crime.
Alguns
Vereadores que me antecederam, especialmente o Ver. Ervino Besson, mostrou a
destruição que fizeram no horto florestal da Aracruz. Que tristeza! Isso foi
mostrado para o mundo inteiro! Uma vergonha para um Estado democrático que é o
Rio Grande do Sul!
Nós
temos aqui na platéia de professores, por exemplo, o Prof. José Eduardo
Zdanowicz, que há 35 anos leciona Administração de Empresas, Contabilidade,
fala muito em desenvolvimento. Pois, Prof. José Eduardo Zdanowicz, numa
publicação da Associação Gaúcha de Indústrias Gráficas, que utiliza papel - não
é de hoje, nem de ontem essa publicação -, diz o seguinte: “Aracruz planeja
nova fábrica - Seguindo sua tendência de crescimento, a Aracruz anunciou que
investirá cerca de um bilhão e 200 milhões de reais em uma nova megafábrica,
que poderá ser implantada no Rio Grande do Sul, ou construída na Bahia, ou no
Espírito Santo, e que os estudos devem ser concluídos em março” - neste mês.
Ora, ilustre Prof. José Eduardo Zdanowicz, o que os empreendedores vão
dizer dos seus estudos para implantar a fábrica no Rio Grande do Sul, na Bahia
ou no Espírito Santo? Já exportamos investimentos para a Bahia, vamos exportar
esse outro um bilhão e 200 milhões para outros estados, deixando aqui o
desemprego, a fome, a miséria, a pobreza? Professor, o que o senhor vai dizer
aos seus jovens alunos? E aqui tem um aluno, que veio me visitar em busca de
uma oportunidade de trabalho - poderia ter trabalho na nova fábrica!
Professor, o senhor que
fala sobre o futuro, como vai falar aos seus alunos sobre o futuro, se pessoas
estão, aqui, agredindo, exterminando o futuro, tristemente. Eram, nesse
episódio, na maioria mulheres, no Dia Internacional da Mulher - e estamos, aqui,
dignificando a mulher -, que vieram dar esse péssimo exemplo para o mundo,
covardemente, porque estavam com os rostos cobertos com capuzes, lenços,
prendendo, vejam senhoras e senhores, os trabalhadores da empresa,
conduzindo-os presos, armadas de foices e porretes. Mas o que é isso? Mulheres,
sexo frágil, prendendo trabalhadores!
Professor Francisco
Alfredo Garcia Jardim, Professor de Botânica há 38 anos, o senhor pode muito
bem me dizer o que é um trabalho de pesquisa, uma pesquisa de 20 anos, e agora
todo esse trabalho arrasado, acabado; 20 anos de pesquisa perdidos. Ver.
Haroldo de Souza, V. Exª que é um otimista, atiraram fora 20 anos de trabalho.
Isso é para regredir este Estado, este País.
Professor
Francisco Alfredo Garcia Jardim, o senhor que lecionou 38 anos, incentivando
seus alunos a desenvolver pesquisas para o bem da humanidade, sim, para o bem,
porque este Projeto irá fazer ressurgir a metade sul do Rio Grande do Sul com
fábricas de celulose, com plantações de eucalipto, com produção de mel, com
aproveitamento dos galhos para produção de aglomerado, ou para MDF, ou seja,
para trazer futuro para as pessoas. Que tristeza! Que tristeza! Um prejuízo,
segundo alegam, de 400 mil dólares. Mas é impagável o prejuízo à pesquisa
perdida. Professores, é impagável o futuro que nós estamos cortando de milhares
de pessoas, e isto é responsabilidade, sim, dos políticos como eu, sim, também
sou responsável.
E eu gostaria de ler aqui um editorial do jornal
Correio do Povo de hoje, com o título “Basta!” (Lê.): “O bárbaro episódio de
vandalismo contra o horto florestal da Aracruz Celulose é o ápice de uma série
infausta de provocações. Ansiosos por tirar proveito dos holofotes da Segunda
Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, que
ocorre em Porto Alegre, militantes abrigados sob bandeiras como a da Via
Campesina e do MST buscaram o confronto na fazenda Coqueiros e em badernas nas
ruas da Capital, enquanto investiam contra a unidade da Aracruz, em operação
terrorista, que pode desestimular importantes investimentos, que beneficiarão
com milhares de empregos exatamente o setor primário, meio do qual seriam
provenientes os manifestantes, e a empobrecida Metade Sul do Estado.
O
Rio Grande do Sul tem convivido tempo demais com atentados à lei, à ordem
publica, às instituições e à propriedade privada. As reivindicações de terras
para a reforma agrária ou as manifestações enfocando outros temas só perdem
legitimidade com esses métodos selvagens que aterrorizam a população, afugentam investidores,
intranqüilizam produtores e espalham a insegurança na comunidade. Os gaúchos
estão cansados. Não faltará o apoio da sociedade para que as autoridades
cumpram sua obrigação constitucional de garantir a ordem pública”.
Senhoras e senhores, realmente estamos cansados,
porque pessoas contrárias à lei invadem, saqueiam, roubam, assaltam, e nada
acontece. Quando vamos parar? Para onde vamos? Qual é o nosso futuro?
Professor José Eduardo Zdanowicz, Professor
Francisco Alfredo Garcia Jardim, nós lhes agradecemos por todos esses
benefícios que vocês prestaram durante uma vida, estimulando os alunos para a
educação, estimulando para o desenvolvimento, para o progresso intelectual
dessas pessoas. Vocês fizeram muito bem! Continuem, não percam esse elã, essa fibra,
porque nós precisamos.
E o Papa João Paulo II já dizia: “O que me preocupa
é o cansaço dos bons”. Os bons não podem cansar. Vamos continuar lutando para o
desenvolvimento e para que este País tenha realmente um futuro. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.
Está encerrado o período do Grande Expediente.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2.ª SESSÃO
PROC.
N. 0087/01 - SUBSTITUTIVO N. 01, que dispõe sobre o fornecimento de água
aos trabalhadores desempregados e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 003/01, ambos de autoria do Ver. Raul
Carrion.
PROC.
N. 0028/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 022/06, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que concede o prêmio
artístico “Lupicínio Rodrigues”
ao Compositor Flávio Bicca.
PROC.
N. 0029/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 023/06, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que concede o prêmio
de teatro Qorpo Santo à dupla Nico Nicolaiewsky e Hique Gomes.
PROC.
N. 0767/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 025/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
altera a especificação, atribuições e lotação da Classe Guarda-Parques, constante
no Anexo I, letra “b”, da Lei n. 6.309, de 28 de dezembro de 1988, e alterações
posteriores.
PROC.
N. 0861/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 004/06, que declara de utilidade pública a
entidade “Clínica Pública Ser”.
PROC.
N. 0858/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 032/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
denomina Rua Luciano dos Santos Rodrigues o logradouro não-cadastrado,
conhecido como Beco “Dois” – Estrada Octavio Frasca, localizado no Bairro Belém
Velho.
PROC.
N. 0935/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 007/06, que declara de utilidade pública a
entidade “Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul”.
PROC.
N. 0936/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 008/06, que declara de utilidade pública a
entidade “Associação Educacional e Beneficente Emanuel”.
3.ª SESSÃO
PROC.
N. 3524/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 150/04, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
autoriza o Município a efetuar a contratação emergencial de profissionais da
área da Saúde para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), com previsão de concurso
público dentro dos próximos seis meses.
PROC.
N. 6683/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 044/05, de autoria das Vereadoras Sofia Cavedon
e Margarete Moraes, que dispõe sobre o Inventário do Patrimônio Cultural de Bens
Imóveis do Município.
PROC.
N. 7377/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 158/05, de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que concede o troféu
Honra ao Mérito ao Senhor José Carlos Ferraz Hennemann.
PROC.
N. 7397/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 159/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que concede o título
honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Gomercindo Santos Pereira (Seu
Gomes).
PROC.
N. 0003/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 003/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o prêmio de
Artes Plásticas Iberê Camargo à Elizethe Borghetti.
PROC.
N. 0004/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 004/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Prêmio Gildo
de Freitas ao Senhor Carlos Antônio Fraga da Costa.
PROC.
N. 0005/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 001/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor
Alfredo Petzhold.
PROC.
N. 0009/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 008/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o troféu
Honra ao Mérito ao Senhor Rafael Rodrigues Pedro (babalorixá Pedro de Oxum
Docô).
PROC.
N. 0010/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 009/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o título
honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Leonel Lucas Lima.
PROC.
N. 0011/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 010/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o Prêmio
Apito de Ouro ao Árbitro de Futebol César Gilberto Pastro.
PROC.
N. 0016/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 013/06, de autoria dos Vereadores Carlos Comassetto, Dr. Goulart, Manuela d'Ávila e Raul Carrion, que
concede o prêmio Quilombo dos Palmares à Sociedade Beneficente, Cultural e
Recreativa Imperatriz Dona Leopoldina, na modalidade atuação na área
artístico-cultural; à Mãe Norinha de Oxalá, na modalidade atuação na área
afro-religiosa e à Associação Comunitária Kilombo da Família Silva, na
modalidade atuação política e social.
PROC.
N. 0017/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 014/06, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede o Prêmio de Ciência e Tecnologia Mário
Schenberg ao Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
PROC.
N. 0022/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 017/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título
honorífico de Honra ao Mérito Policial ao Tenente-Coronel Flávio da Silva Lopes.
PROC.
N. 0024/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 019/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título
honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Ilo Vile Coutinho.
PROC.
N. 0041/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 032/06, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o Prêmio
de Alfabetização Zilah Totta à Professora Esther Pillar Grossi.
PROC.
N. 0048/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 038/06, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o Prêmio
de Educação Thereza Noronha ao Senhor Ricardo Arthur Fitz.
PROC.
N. 0091/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 042/06, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o prêmio
jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao Senhor Rodrigo Gonçalves.
PROC.
N. 0144/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 045/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio Mérito
Sindical ao SITRAMICO – Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e
Derivados de Petróleo no Estado do Rio Grande do Sul.
PROC.
N. 0161/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 046/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio
Artístico Lupicínio Rodrigues ao Artista Plástico Danúbio Villamil Gonçalves.
PROC.
N. 0424/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 048/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Diploma de
Honra ao Mérito ao Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre.
PROC.
N. 0567/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 050/06, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o prêmio
artístico “Lupicínio Rodrigues”
ao Grupo Da Guedes.
PROC.
N. 2227/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 094/04, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que proíbe a cobrança por serviço de estacionamento
prestado aos usuários do Sistema Único de Saúde nas situações previstas na Lei
Complementar n. 434, de 1.º de dezembro de 1999, e alterações posteriores
(PDDUA).
PROC.
N. 7307/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 330/05, de autoria da
Ver.ª Maria Celeste, que obriga a interrupção total ou parcial das vias urbanas
no Município de Porto Alegre para fins de varrição e pintura de sinalização e
de meio-fio.
PROC.
N. 0080/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 008/06, de autoria do
Ver. Claudio Sebenelo, que destina o local atrás do Restaurante Galpão Crioulo,
no Parque Harmonia, em homenagem aos trovadores.
PROC.
N. 0173/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 047/06, de autoria dos Vereadores Dr. Goulart, Márcio Bins Ely,
Mario Fraga e Nereu D'Avila, que concede o Prêmio Mérito Sindical à Força
Sindical-RS.
PROC.
N. 0570/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 053/06, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o Prêmio
Francisco José Zaffari de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do
Adolescente à Unidade de Promoção Integral Bom Samaritano.
PROC.
N. 0771/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 026/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen,
que denomina Rua Paulo Granato Martins um logradouro público cadastrado,
localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
N. 0385/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 002/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
modifica a Lei Complementar n. 395, de 26 de dezembro de 1996, que institui o
Código Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre, por meio da inclusão do
art. 59-A e da alteração do § 2º do art. 60, proibindo a ligação de esgoto
pluvial à rede cloacal.
PROC.
N. 0473/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 049/06, de autoria do Ver. Elias Vidal, que concede o Prêmio Não às
Drogas à Comunidade Terapêutica Cidade de Refúgio.
PROC.
N. 0555/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 015/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen,
que institui o Programa de Acolhimento Profissional (PAP), destinado aos jovens
egressos do serviço militar obrigatório no Município de Porto Alegre.
PROC.
N. 0563/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 016/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
dispõe sobre a obrigatoriedade da presença de um profissional intérprete da
Língua de Sinais – LIBRAS – em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) das zonas
leste, oeste, norte e sul da cidade.
PROC.
N. 0608/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 018/06, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
denomina Rua Ibanor José Tartarotti o logradouro irregular, denominado Rua CGM,
localizado no Bairro Praia de Belas, e revoga a Lei n. 7.816, de 10 de julho de
1996.
PROC.
N. 0844/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 001/06, que autoriza a alienação do imóvel sito
no Bairro Passo da Areia, na Av. João Wallig n. 1555, matrícula n. 80895 do
Registro de Imóveis da 4ª Zona de Porto Alegre, e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Sei que existe
um acordo entre os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras para que não
se discuta a Pauta hoje. Vou apenas citar a relação dos inscritos, hoje, na
Pauta: Ver. João Antonio Dib, Ver. Márcio Bins Ely, Ver. Ervino Besson, Verª
Margarete Moraes, Ver. João Carlos Nedel, Ver. Claudio Sebenelo e Verª Maria
Celeste; são os Vereadores inscritos na Pauta. Nós damos a Pauta como corrida
no dia de hoje e, apenas pelo acordo, não existiu discussão.
Pergunto se alguma Liderança mais vai se inscrever
para este período. O Ver.
Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, gostaria de me limitar a ler a Moção de Repúdio ao vandalismo
praticado pelo Movimento dos Sem-Terra (Lê.): “...Estamos vivendo dias
nebulosos de xenofobia e obscurantismo, onde em vez de estimularmos a busca
incansável do conhecimento para sanar os graves problemas do desenvolvimento
desordenado, ainda fazemos a apologia à depredação e ao desrespeito ao Estado
Democrático de Direito. O MST ou a Via Campesina não são donos da verdade; não
têm nem conhecimento científico para definir o que se pode ou não pesquisar, e
nem o direito legal para se intitular acima da Lei ou de todos. A Alemanha
nazista começou queimando livros. Foi o desprezo total ao conhecimento, ao
estudo, ao trabalho; depois, desprezaram as pessoas, os comunistas, os judeus,
os ciganos, os homossexuais, os artistas, democratas, padres e portadores de
deficiência, ou seja, desprezaram a diversidade da vida; a diversidade do
conhecimento”...”Chegou o momento de darmos um basta. Esta Casa tem o dever
moral de erguer sua voz contra essa gravíssima agressão. Assim, apresentamos
essa Moção de Repúdio às graves atitudes patrocinadas pelo MST e pela Via
Campesina, onde espero que todos os democratas, todos que respeitam o Estado de
Direito e a norma legal, cerrem fileiras para frear essas ações obscurantistas
e criminosas”.
Pois,
nada mais incoerente, nada mais esperado do que esta intensa campanha de
elogios à ignorância, ao desconhecimento, esta intensa campanha anticientífica
de desmoralizar aquelas pessoas que se dedicam à busca do conhecimento, e o que
é pior, a participação, nessa intensa campanha, de toda uma intelectualidade
que se diz científica, que se diz cientista, que diz ter conhecimento e, no
entanto, abomina o conhecimento dessa forma.
A
resultante dessa campanha fantástica de achar que é desnecessário o estudo, que
não é necessário o aperfeiçoamento, que não precisa ser aplicado o
conhecimento, chega a esse momento gravíssimo de agressão. Mas, o que é pior,
fazendo das mulheres gaúchas instrumento para destruição de um patrimônio
fantástico. Patrimônio esse que não é nem de pesquisas de plantas agressivas ao
meio ambiente. Não! É patrimônio de pesquisa sobre mata nativa. E como mata
nativa de reprodução dos antigos espécimes da mata Atlântica. Com isso, vemos a
que ponto chegamos, quando diretamente é assaltada uma empresa. O ódio
ideológico faz com que sejam os empresários os criminosos. Mas eles é que dão
emprego. O Estado não dá mais emprego para ninguém. O Estado está diminuindo. O
Estado, que era obeso e impotente, deixou de ser a válvula de escape para
recessões e principalmente para esse desemprego em massa que há no País. Só na
Grande Porto Alegre e na cidade de Porto Alegre temos 240 mil pessoas
desempregadas. Mandar embora, dessa forma, a Aracruz, é atirar, como se fez com
a Ford, pela janela o emprego. Destruir a sua pesquisa é destruir a chance de
reflorestamento, é destruir a chance de reprodução da antiga mata nativa e a
mata Atlântica. São esses espécimes e essa pesquisa de mais de 20 anos que
profissionais se esmeraram em buscar, no sentido de achar soluções de
reprodução e principalmente de regeneração de mata nativa. É isto que nós temos
hoje em todos os jornais de Porto Alegre: a loucura, a insânia, e, a
presidência, sempre oculta, usando as mulheres gaúchas para fazer
este tipo de agressão.
Claro que, no Dia Internacional da Mulher, um dia
em que esta Câmara terminou a Sessão lamentavelmente - quando queríamos abraçar
as nossas mulheres e a elas homenagear -, pelas 16h30min, sem Ordem do Dia nem
nada, porque, naquele momento, havia uma manifestação fora da Câmara,
principalmente integrada pelas mulheres que, nesses 37 ônibus, chegaram à
fábrica e promoveram essa destruição, fazendo o contrário: em vez da festa, a
tristeza, e ao invés de podermos homenagear a mulher gaúcha, lamentamos hoje
que essas mulheres tenham tomado essa atitude com o único beneplácito de que
certamente elas foram teleguiadas. Não foi uma ação isolada, não. Isso foi
teleguiado, e muito bem teleguiado. Foi comandado de longe, e como sempre, o
que aparece são os autores diretos, mas não os autores intelectuais dessa
bárbara agressão sofrida pela Empresa Aracruz no dia de ontem. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª
Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é
verdade que o nosso Estado está, sim, abandonado. Os professores estão em
greve, e o Secretário da Educação simplesmente se nega a negociar. Nega-se a
estabelecer diálogo com os professores e funcionários da rede pública de ensino
do nosso Estado. E Porto Alegre, Ver. Bernardino, tem muita relação, sim, com a
greve dos professores e funcionários do Estado do Rio Grande do Sul. Os nossos
estudantes da Capital também estão sem aula. Os nossos professores e
funcionários também pagam, muitos deles, os seus impostos aqui na nossa
Capital; também contribuem, portanto, inclusive para o desenvolvimento do
Município de Porto Alegre.
Nós sabemos que, quando o Secretário Fortunati
afirma que não negocia até a greve acabar, que não estabelecerá diálogo até a
greve acabar, ele comete duas profundas contradições. A primeira delas é com a
sua própria trajetória, uma vez que o Secretário José Fortunati começou a sua
vida pública a partir do CPERS-Sindicato; começou a sua notoriedade política a
partir desse Sindicato. Primeiro, portanto, se contradiz com o seu passado, com a sua história de homem público. E,
em segundo lugar, se contradiz profundamente com a história do seu Partido, o
PDT, que, em toda a sua existência, defendeu a Educação pública, defendeu o
direito de os funcionários, de os professores fazerem greve, quando Getúlio
Vargas criou a CLT e garantiu, também, esse direito.
Portanto,
quando nós vemos publicado, hoje, em um grande jornal, uma tabela salarial dos
professores, nós temos escondidos ali números que são, na realidade, os mais
expressivos. A tabela coloca que 85% dos funcionários e professores do Estado
recebem de mil até mil e quinhentos reais - o que seria um salário razoável,
convenhamos -, mas o que aquela tabela oculta, a partir dos números que
publica, é que 62% ou 61,8% - para ser precisa - desses trabalhadores na
Educação não recebem mil reais, ou recebem de quinhentos a mil reais como salário.
Aquela tabela oculta, também, que nós temos, se compararmos 2006 com 2004, Ver.
Dr. Raul, um número de 2.522 professores a menos, o que significa acúmulo de
trabalho, acúmulo de carga de trabalho para os profissionais que hoje estão na
rede pública de ensino estadual. Não de carga de horas-aula, como alguns gostam
de convencionar, mas, quando temos menos professores e mais estudantes, é óbvio
que esses que ali permanecem têm, sim, uma sobrecarga no seu trabalho.
O
enfrentamento desnecessário que esse Governo do Estado vem fazendo
cotidianamente com os professores grevistas, Ver. Haroldo de Souza, ao cortar o
diálogo, ao dizer que apenas em maio começa a negociação... Por que em
maio, qual o emblema do mês de maio, senão que, em maio, Rigotto e Fortunati
querem estar longe do Rio Grande ou longe do Piratini? Porque Rigotto
pretende passar pelas prévias do PMDB, na próxima semana, e Fortunati pretende
se licenciar, no final deste mês, para concorrer a Deputado Federal. Então,
quando jogam para maio, se desresponsabilizam, desresponsabilizam o Governo do
Estado ou o desgoverno do Estado, jogando para um futuro sem perspectiva,
porque sabemos que aqueles que assumirão o farão provisoriamente e sem a
trajetória de três anos e meio de Governo.
Nós
queremos, todos, que as aulas voltem à normalidade, mas responsabilizar os
professores, como fez aqui o Ver. João Carlos Nedel, dizer que esses
professores estão roubando o futuro dos nossos estudantes, é não trabalhar com
a realidade, é não conhecer o dia-a-dia de uma escola, como nós vimos em apenas
um dia de reuniões da nossa Comissão de Educação, com as denúncias, os
problemas, tudo o que enfrenta um professor na rotina do dia-a-dia escolar.
Dizer que os professores roubam o futuro desses estudantes é desconhecer que os
estudantes de Porto Alegre, os estudantes do Rio Grande querem, sim, voltar às
aulas, Ver. Haroldo, mas não querem voltar com quaisquer condições. Nós sabemos
que as propostas que os professores e os funcionários deste Estado fazem são
justas. Não nos adianta continuar eternamente vivendo na velha escola, com
professores mal-remunerados, sem qualquer infra-estrutura, sem qualquer
investimento maior, inclusive na formação desses professores, como tem feito o
Governo Federal, a partir do ProUni e do Fundeb. E é por isso que, ontem, no
dia 08 de março, eu não ocupei a tribuna, porque eu estava representando a
nossa Câmara no ato de lançamento de mais um programa de escola de fábrica, mas
eu gostaria de fazer a minha singela homenagem, no dia de hoje, às professoras,
às funcionárias da rede pública de ensino estadual, que não cederam às
pressões, que não desistiram da greve - aliás, esse enfrentamento serviu para
aumentar a greve. Nós sabemos que, com essa luta, conseguiremos ter a Educação
que professores, funcionários e estudantes de Porto Alegre, inclusive, lutam
para alcançar. Viva a luta dos professores que estão, agora, na Praça da
Matriz! Nós temos convicção de que essa greve será vitoriosa. Muito obrigada.
(Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Havendo quórum, passamos à
Em
votação o Requerimento s/nº, de
autoria do Ver. Adeli Sell, que solicita retirar de tramitação o PELO nº
003/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
N. 5683/05 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 135/05, de autoria dos Vereadores Raul Carrion, Manuela d'Ávila e
Margarete Moraes, que institui o Prêmio de Poesia Lila Ripoll, a ser concedido,
anualmente, em Sessão Solene, no mês de maio.
Parecer Conjunto:
- da CCJ e CECE. Relator-Geral
Ver. Ibsen Pinheiro: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 22-02-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): De acordo com o que ficou estabelecido
entre as Lideranças na reunião de terça-feira, seguindo a ordem de votação,
colocamos em discussão o PR nº 135/05. O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir o PR n° 135/05.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo
Ver. Luiz Braz, demais
Vereadores e Vereadoras, o nosso intuito é fazer uma discussão e não
encaminhar, para, de forma rápida, tendo em vista o acúmulo de projetos para
darmos andamento. Na verdade, este Projeto de Resolução cria um concurso, nesta
Casa, para a concessão de um prêmio de poesia. Inspiramo-nos, para não criar
mais um prêmio como os demais, que cada Vereador desse, na idéia do Sioma
Breitman, que é um concurso de fotografias que há nesta Casa. Um gênero para o
qual, nesta Casa, não há nenhuma forma de premiação é o de poesia. A gaúcha
Lila Ripoll nasceu em Quaraí, em 12 de agosto de 1905, completando, portanto,
no ano passado, cem anos de seu nascimento. E exatamente no ano passado, junto
com a Verª Margarete e com a Verª Manuela, entendemos que esta Casa ganharia,
que Porto Alegre ganharia com um concurso que será organizado através de
diretivas dadas pela Casa, não serão os Vereadores que indicarão as poetisas ou
os poetas, e com poesias de cunho social. E esse concurso seria realizado,
talvez não consigamos neste ano ainda, e entregue o prêmio por ocasião das
comemorações do 1° de Maio. A Lila Ripoll teve, inclusive, uma vinculação com o
Sindicato dos Metalúrgicos, no qual desenvolveu trabalhos de teatro e tudo
mais, foi sempre uma grande lutadora pela arte, com caráter social. A Verª
Margarete tem a honra de, junto conosco, assinar esse Projeto.
A
Srª Margarete Moraes: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Raul Carrion,
eu quero dizer que sinto um orgulho muito grande por assinar esse Projeto com
V. Exª e com a Verª Manuela d’Ávila, porque trata-se de uma grande mulher, de
uma grande gaúcha de Quaraí, a Lila Ripoll, que tinha grande clareza
intelectual. Era uma intelectual, poeta, escrevia textos, militava na esquerda,
militava no Partido Comunista do Brasil, seu Partido, e também, por outro lado,
a Lila Ripoll era uma feminista, porque naquele tempo era muito mais difícil
ainda as mulheres se colocarem no mundo público como a Lila se colocava.
Portanto,
parabéns. E quero dizer da minha alegria e da minha felicidade. Quero também
convidar toda a Casa para, neste mês ainda, inaugurarmos a placa em homenagem à
Lila Ripoll lá no Largo 8 de Março. Parabéns, Ver. Raul Carrion.
O
SR. RAUL CARRION: Perfeito,
eu lhe agradeço. E devo dizer, porque a gente deve reconhecer as inspirações,
que a Deputada Jussara Cony aprovou um Projeto, na Assembléia, similar a esse.
Foi realizada neste ano a primeira edição, mais de 150 trabalhos se
inscreveram, houve uma seleção, foram premiados os trabalhos e está havendo uma
publicação. A idéia na Câmara seria similar, só que o da Deputada é num outro
âmbito, no período do nascimento dela, e nós faríamos ligado às questões, à
poesia social.
Também
gostaria de dizer que os autores, quando se inscrevem no concurso, autorizam à
Câmara para essa publicação, e com isso nós estaríamos fomentando a cultura,
dando o nome dessa grande poetisa gaúcha. É essa a idéia básica, a de
desenvolver a cultura.
O
que eu queria dizer, que estava me escapando, é que creio que na semana do Dia
Internacional da Mulher, melhor seria se tivéssemos votado ontem, não foi
possível, mas nós poderemos registrar também nesta semana do Dia Internacional
da Mulher, através deste concurso com o nome da grande Lila Ripoll.
Então
esse é o encaminhamento, e esperamos que a Casa compreenda a magnitude da
tarefa e homenageie o centenário e a própria Semana da Mulher, aprovando esse
concurso de poesias que a Casa faria. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PR nº 135/05.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Presidente
Luiz Braz, Vereadores e Vereadoras, esta Casa tem mais de 60 Prêmios instituídos
- mais de 60! Sessenta e cinco, 67, não me recordo bem. Portanto, vou ficar nos
60 para não errar.
O
Presidente anterior, Ver. Elói Guimarães, recorda-se muito bem de como esta
Casa tinha dificuldades para agendar todas essas cerimônias de entrega de prêmios.
E agora vem mais um prêmio! A sociedade tem reclamado que nós estamos aqui
dando nome de ruas. E eu dou nomes de ruas, sim, faço questão de dar; mas não
se perde tempo com isso. Fazemos muitas homenagens, muitas cerimônias. Acho que
até há muito exagero. Mas agora nós vamos continuar exagerando isso com mais um
prêmio? Eu acho que é demais.
Nada
contra a grande poetisa Lila; inclusive nesta semana fomos brindados com uma de
suas poesias no jornal Zero Hora. Acho muito importante. Mas, Ver. Raul Carrion,
com todo o respeito, esta Casa não suporta mais tantos prêmios.
Ver.
Raul Carrion ainda quer falar?
O
Sr. Raul Carrion: Sim,
um aparte, exatamente por respeitar V. Exª
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Com
muita honra, Vereador.
O
Sr. Raul Carrion: Eu gostaria
talvez de precisar que, às vezes, fica um equívoco ao analisar o Projeto, que
não é um prêmio que os Vereadores concederão, na verdade é um concurso de
poesias que está sendo criado. E se existem prêmios em demasia, Ver. Nedel,
primeiro vamos ver aqueles que não estão sendo sequer concedidos. E mais, nós
já colocamos um limitador: cada Vereador pode, ao ano, indicar quatro prêmios
no máximo. Se quatro for muito, vamos reduzir. Agora, impedir que a população
de Porto Alegre possa ter um prêmio na Câmara, eu acho que é um equívoco, mas
respeito sua opinião.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Pois
não, eu faço um acordo com V. Exª: se V. Exª pedir adiamento, e esta Casa
eliminar uns dez ou quinze prêmios, eu concordo em instituir mais este prêmio,
mas este concurso, que vai envolver funcionários da Câmara, vai envolver júri,
vai envolver muito trabalho. Nós já estamos com deficiência de funcionários e
iremos sobrecarregá-los ainda mais com este prêmio. Portanto, se V. Exª quiser
manter o acordo “vamos acabar com dez ou 15 prêmios”, aí eu voto favorável.
Enquanto não acabarmos com esses dez ou quinze prêmios, eu votarei contra.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PR nº 135/05.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu fui solicitado
para concordar com que não se fizéssemos a Pauta correr no dia de hoje. A Pauta
do dia de hoje tem 41 projetos; 23 são de concessão de prêmio, sendo que um
deles concede três prêmios. Então, eu tenho que dar razão quando a imprensa nos
critica. Agora, posso eu dizer que Lila Ripoll não mereça homenagem desta Casa?
É claro que eu não posso dizer! Mas é mais um prêmio, e eu acho que tenho que
votar contrariamente, e que não se estabeleçam semelhanças com outros que foram
feitos, quando o prêmio resulta de um concurso. Não se faça isso, não se faça
essa injustiça! Portanto, eu vou votar contrariamente. São 23 prêmios em 41
projetos, sendo que um deles tem três.
O
Sr. Raul Carrion: V. Exª
permite um aparte?
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: O
Ver. Carrion me honra com o seu aparte. Por certo, há de esclarecer as minhas
dúvidas.
O
Sr. Raul Carrion: E V.
Exª me honra, inclusive se o seu voto for contrário. Agora uma pergunta, Ver.
Dib, que é um homem experiente nesta Casa: quantos concursos existem aprovados
nesta Casa do tipo do que está sendo proposto? V. Exª me responda se além do
Sioma Breitman existe algum; se não me equivoco, o Concurso de
Fotografias Sioma Breitman foi uma proposta sua, nesta Casa, e se existe mais
algum, além deste, somente isto?!
O
Sr. Raul Carrion: Não,
de concurso só o Sioma Breitman.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu
não sei exatamente quantos. Eu, no momento, recordo de dois que não vou citar o
nome.
O
Sr. Raul Carrion: Foi
seu o Projeto que criou o Sioma Breitman?
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: E
não vou citar os dois, eu recordo de dois, e não vou citar. Mas aqui a minha
irritação é que nós deixamos de analisar a Pauta para fazer a discussão de um
Projeto que deveria ser simples, deveria ser tranqüilo. Então, nós não tínhamos
tempo para analisar a Pauta, mas vamos discutir todo o tempo este aqui, e é por
isso Vereador, que eu acho que não vi esclarecimento maior sobre o que vai acontecer,
e é por isso que eu vou votar contrariamente, Ver. Carrion.
O
Sr. Raul Carrion: Mas e
a minha pergunta, Vereador, quem propôs o Concurso Sioma Breitman? Ver. Dib,
quem propôs o Concurso Sioma Breitman, nesta Casa? Foi um Projeto seu que
propôs o único Concurso que existe, o Sioma Breitman, nesta Casa?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Não, existe um, eu não queria dizer, eu
não citei o nome, porque eu não quero ofender ninguém; há o Prêmio Glênio Peres
de Poesias sobre a Cidade.
O
Sr. Raul Carrion: Mas e
o Sioma Breitman, de quem foi?
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Eu...
O
Sr. Raul Carrion: Então,
V. Exª pôde aprovar um Projeto.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu
faço fotografias da Cidade, e não havia todos esses aqui. Vamos voltar no
tempo, Vereador, não há três, quatro, prêmios em cada mês, novos prêmios são
criados; há prêmios iguais, com nomes diferentes. Nós estamos desvalorizando as
coisas que acontecem nesta Cidade.
Por
isso, Sr. Presidente, eu vou votar contrariamente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para discutir o PR nº 135/05.
A
SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu tenho algumas
opiniões bastante objetivas sobre o funcionamento da nossa Casa. Por exemplo:
no ano que passou, eu concedi apenas um Título de Cidadão de nossa Cidade a
Maurício de Souza, criador da Turma da Mônica, e que confere um marco na
literatura infanto-juvenil do nosso País, pelo menos nos últimos 30 anos.
Também tenho uma opinião quanto a nominarmos ruas, e no ano passado, inclusive,
expressei, quando concedemos o nome de uma Rua Ulisses Guimarães a um Beco, de
que nós só devemos dar nomes de rua quando esses são sugeridos pela comunidade que ali
reside, porque, afinal de contas, aquele é o lugar da vida dessas pessoas, e
acho que exageramos, muitas vezes, e até tenho a impressão de que corremos
atrás de ruas sem nomes para denominá-las ao nosso bel-prazer.
Agora, desmerecer e achar que o excesso de entrega
de prêmios, ou que a não-votação de projetos polêmicos nesta Casa se dá em
função da existência deles, é não acompanhar o cotidiano de funcionamento desta
Casa.
No ano que passou, nós tivemos profundas
dificuldades para aprovar qualquer projeto que não tivesse consenso, porque os
Vereadores não querem se manifestar contrários, acham que é antipopular, ou não
têm a ousadia de defender as suas idéias. Tanto é, Ver. João Antonio Dib, que
nas últimas semanas nós chegamos ao cúmulo de fazer uma lista do projeto
prioritário de cada Vereador, quando tínhamos o ano inteiro para aprovar a
maior parte deles.
Agora, não são as
homenagens, Ver. João Carlos Nedel, que nos impedem de fazer esta Casa andar, a
instituição do Prêmio de Poesia Lila Ripoll, por exemplo, pode-se tornar,
depende desta Casa, mais um marco, dos poucos que temos tido, de integração
desta Casa com a comunidade. Verª Mônica Leal, nós sabemos o valor de Lila
Ripoll, não foi ela que publicou uma poesia sua, foi publicada, ela está morta.
Nós sabemos da importância de interação desta Casa com a comunidade, nós
sabemos dos tantos talentos, das tantas mulheres e homens desta Cidade que
produzem arte e que não têm espaço, não têm reconhecimento, não têm, nem
sequer, a sua valorização artística reconhecida. Esse prêmio, esse concurso,
pode restabelecer, ou não, essa relação.
Nós podemos continuar
querendo dar nomes de ruas sem sequer conhecer a vontade das pessoas que ali
residem, como alguns de nós, ou alguns tentam fazer, ou nós podemos abrir mais
um espaço de diálogo desta Casa com os artistas do Município de Porto Alegre.
Nós
temos muito para fazer, eu não preciso justificar a homenagem a Lila Ripoll,
porque ninguém veio questionar a justa homenagem a essa poetisa mulher, nascida
em Quaraí, revolucionária, sim, porque esteve à frente de seu tempo, porque ela
não fez o que lhe era dado como destino, de se acomodar em casa e ficar sem
nenhuma atividade. Não. Ela foi expressar o seu talento, foi expressar a sua
arte, como hoje nós queremos que outros porto-alegrenses possam, a partir do
Concurso de Poesias Lila Ripoll. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Não havendo
mais quem queira discutir, em votação o PR nº 135/05. O Ver. João Antonio Dib
está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº 135/05.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, não tenho nenhuma
preocupação em voltar a discutir essa matéria proposta pelos Vereadores Raul
Carrion, Manuela d'Ávila e Margarete Moraes, que institui o Prêmio Poesia Lila
Ripoll, a ser concedido anualmente em Sessão Solene no mês de maio. Todos nós
sabemos que raras vezes os processos circulam entre nós. Neste momento, eu
tenho uma cópia. Realmente, não se trata apenas de mais um Prêmio, e sim de um
concurso a ser estabelecido pela Casa.
Já que citei um exemplo do passado, quero dizer que
eu fiz uma proposição, mas só foi enviada através da Mesa, porque se trata,
aqui, de despesas a serem realizadas, e as despesas da Casa só podem ser
autorizadas pela Mesa.
Eu não diria que mudo de posição. Acho que
esqueceram dessa parte, inclusive à Procuradoria não chamou a atenção, e só a
Mesa poderia propor despesas. Aí eu fico atrapalhado: eu acho que um concurso
de poesia é importante, inclusive eu requeri que houvesse poesias sobre Porto
Alegre num concurso tão bonito, mas eu tenho agora dúvida, Sr. Presidente.
Então, eu vou-me abster de votar - não vou votar
contrariamente. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº 135/05.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, são 67 Prêmios nesta Casa. Vamos botar 68, que
fica tudo bem, porque o próximo é o da poesia.
Enquanto a violência vai grassando e vai tomando
conta da sociedade, a poesia
vai desaparecendo, e o desaparecimento da poesia vai encontrar a morte interna
das pessoas que não pensam que nas rimas está todo o fenômeno da vida. Na
métrica dos versos ou nos versos sem métrica, as rimas que podem ser facultativas
certamente jamais poderão ter esse tipo de tratamento. É claro, Ver. Raul
Carrion, que a sua Resolução institui o Prêmio de Poesia Lila Ripoll; é claro,
Verª Margarete, que o prêmio é outorgado pela Câmara; é claro, Verª Manuela
d’Ávila, que é em Sessão Solene. É prêmio, sim, mas que bom que seja prêmio! É
por concurso? Ótimo, se não for por concurso, mas se for uma poesia premiada,
ótimo! É igual ao das fotos; que coisa maravilhosa esta Casa fazer um concurso
de fotografia que tem o nome do Sioma Breitman, que foi um fotógrafo
monumental, fazer um concurso de poesias como esse da Lila Ripoll, em que podem
participar, Verª Margarete, todas as crianças das escolas, como estímulo à
criação. E esta Casa tem que aprovar este Projeto por isso, Verª Manuela
d’Ávila, por um motivo só, é que, se hoje nós aprovarmos este Projeto, nós
estaremos compensando com um mar de pequenas maravilhas compostas pelos poetas,
mas nós estaremos anulando aquela violência, aquela barbaridade ocorrida na
Aracruz, ontem, os dois juntos: a violência e a poesia. A poesia fenece, quando
cresce a violência, e a compensação de todas essas maldades que o ser humano é
capaz de fazer é contrabalançada por essa fantástica capacidade de criação
chamada de poesia.
O
nome Lila Ripoll, meu Deus, essa “deusa das letras”, que tem uma conotação
ideológica, mas e daí? Ela tinha a posição ideológica dela, mas é que o Partido
Comunista não vai homenagear um outro poeta, é evidente, que não seja do
Partido Comunista, tudo bem. Mas a Lila Ripoll transcende a isso pelo
privilégio que ela teve ao passar por essa vida de ter duas profissões: uma de
poeta - ou poetisa, como queiram -, outra de professora, professora de poesia.
Pois é isso que nós estamos discutindo, é isso que nós vamos votar. Vamos votar
pela poesia e contra a violência; pela poesia e contra a maldade; pela poesia e
contra a hecatombe final de que, tantas vezes, nos aproximamos. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para encaminhar a votação do PR n°
135/05.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Ver.
Luiz Braz, queria dizer que eu fiquei com uma pequena impressão que o Ver. João
Carlos Nedel se utilizou de um pretexto, ou seja, de que há excesso de
homenagens, de que a imprensa não está aceitando o funcionamento desta Casa, de
que há excesso de homenagens e nomes de ruas, para ser contra este Projeto que,
na verdade, trata-se de um concurso cuja inspiração é a poeta Lila Ripoll. No
ano passado, por ocasião do centenário, nós fizemos muitas homenagens a Lila
Ripoll - a Jussara Cony, na Assembléia Legislativa -, várias associações de
intelectuais gaúchos fizeram essa homenagem, foi feito em Quaraí também, nesta
Casa, utilizei o Grande Expediente. Portanto não se trata de nenhuma homenagem
a mais a Lila Ripoll. Eu acho que é um preconceito, porque ela era mulher,
porque era comunista, porque ela era militante, porque era poeta. Na verdade,
eu tenho impressão de que o Ver. João Carlos Nedel manifestou um preconceito
que quis mascarar. Agora, por que não se pode comparar um concurso de poemas
Lila Ripoll com o concurso de fotografia Sioma Breitman? Foi muita justa essa
idéia do Ver. João Antonio Dib, pois Sioma Breitman foi o maior fotógrafo desta
Cidade, nós temos um acervo fabuloso no Museu de Porto Alegre, eu sou amiga da
família, sou amiga da Bete, e acho que foi o maior fotógrafo desta Casa, mas,
na verdade, homenageando o Sioma, estamos homenageando e dando oportunidade
para jovens fotógrafos mostrarem o seu trabalho, mostrarem a sua arte.
E
essa grande Lila Ripoll, que foi poeta, mulher, feminista e militante, é um
símbolo da poesia e um símbolo da luta por um mundo melhor.
Esse
é o sentido do concurso.
Não
se trata de dar apenas mais um prêmio nesta Casa, mas, sim, estimular a criatividade
de jovens poetas, que vão dizer da sua expressão poética no concurso. E um
concurso, também, é um sistema aberto, transparente, aberto a todas as pessoas.
Ele terá regras, e não será selecionado o poema de acordo com a vontade do
Presidente ou de algum Vereador desta Casa. Serão selecionados com critérios de
seleção, com uma comissão de especialistas, de intelectuais, da universidade,
de poetas e escritores renomados da Cidade.
É
um concurso transparente, um concurso aberto.
Quero
dizer que tenho a experiência, Ver. Carrion, de, na Secretaria da Cultura, há
14 anos, ter lançado a idéia de Poemas no Ônibus, tenho muita honra disso, e
esse concurso foi premiado no ano passado, pelo jornal O Sul, na ocasião da
Feira do Livro. E não esgota. A cada ano, mais de mil poetas se inscrevem para
o concurso Poemas no Ônibus e 20 são selecionados, ou no máximo, 30
selecionados.
Porto
Alegre tem uma produção artística, uma expressão que precisa ir para a rua.
Ninguém dança, pinta ou borda, ou faz poemas para si mesmo.
Não
existe a obra de arte, se ela não tiver essa interatividade. O artista quer
mostrar o seu trabalho.
Eu
creio que o maior mérito desse concurso é o estímulo aos jovens poetas de
oferecer o seu trabalho para a cidade de Porto Alegre e nada mais justo que a
Câmara Municipal, que é um espaço público, que é a Casa do Povo, expresse essa
potencialidade artística que existe em Porto Alegre.
Portanto,
queria, com muita tranqüilidade, pedir o apoio dos Pares desta Casa, dos
Vereadores e Vereadoras, para esse concurso, que, sim, foi inspirado no
concurso do Sioma Breitman, que foi uma belíssima idéia do Ver. João Antonio
Dib em outra ocasião. Obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra
para encaminhar a votação do PR nº 135/05.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, normalmente um Projeto como esse dispensaria o encaminhamento,
considerando-se a figura de Lila Ripoll de poeta, de militante política, de
mulher. Tive a graça de conhecê-la, de ser seu companheiro, eu era um jovem que
a admirava profundamente pela sua origem familiar também, o irmão das lutas
populares da fronteira, Valdemar Ripoll. Foi morto. Então, quero trazer,
também, a solidariedade do PMDB, cumprimentar o Ver. Carrion e fazer um apelo
ao Ver. Dib - a respeito de cujo caráter ninguém precisa testemunhar, porque
ele é um patrimônio da nossa Cidade - no sentido de que nós possamos assegurar
uma votação unanimemente favorável à poeta Lila Ripoll, e que depois façamos as
nossas discussões sobre se há ou não excesso de prêmios ou de nomes de rua. A
discussão até é boa, e eu, pessoalmente, não acho que haja excesso, não! O que
eu acho é que há carência de debate dos temas cruciais da Cidade. Se nós
discutirmos, por exemplo, o Projeto do Ver. Brasinha sobre os bares, quero
dizer aos senhores que eu tenho dúvida sobre o meu voto, mas eu quero discutir
essa matéria; o Projeto do Ver. Nedel sobre o fumo; o Projeto do Ver. Carrion
sobre a ocupação do solo urbano; o do Ver. Comassetto, que tem preocupações,
também, nesta especialidade; o do Ver. Dib... trazermos os projetos para cá,
com acordo, se possível, ou em
desacordo, se necessário. Quanto ao meu próprio Projeto, que eu sei que é
matéria polêmica, vamos apreciá-lo, discuti-lo e votá-lo no momento devido. Se
ele for aprovado, será manchete; se ele for rejeitado, será manchete! Isso é
bom para a Câmara de Vereadores! Discutir no noticiário dos jornais. Então,
como se trata de Lila Ripoll, eu, Ver. Carrion, não pretendia encaminhar a
votação, porque achava que a questão estava perfeitamente pacificada; mas, como
a discussão envolveu um outro tema recorrente nesta Casa, que é eventualmente a
discussão de prêmios e nomes de rua, eu quero trazer o meu apelo, sem nenhuma
autoridade que não seja a do respeito e a do afeto ao Ver. Nedel, ao Ver. Dib e
aos demais que, pelo silêncio, eu imagino, aprovam o Projeto, para que nós
possamos assegurar uma votação unanimemente “sim”, à figura de Lila Ripoll, que
não merece menos do que o respeito, o carinho e até a saudade de todos nós.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação nominal, por solicitação dos
Vereadores João Antonio Dib e Haroldo de Souza, o PR nº 135/05. (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 17
votos SIM, 3 votos NÃO e 2 ABSTENÇÕES.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Presidente, eu pretendo ler a minha
Declaração de Voto (Lê.): “Inicialmente, lendo a Ementa, que não fala em
concurso, manifestei-me contrariamente ao Projeto, sem deixar de exaltar a
figura de Lila Ripoll. Posteriormente, sendo apresentado o Projeto, vi que se
tratava de concurso. Como em seu bojo tem prêmios com custo, entendendo que
deveria ser iniciativa da Mesa, abstive-me. Saúde e PAZ!”
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. João Dib.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. N. 012/06 – (Proc. N. 0659/06 – Ver. Adeli Sell) – requer Sessão Solene a ser realizada no dia 17-03-06, às 15 horas, destinada a assinalar o transcurso do 75º aniversário da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS. (incluído em 01-03-06)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento nº 012/06.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Quanto
ao Projeto de Resolução nº 015/06 e ao Projeto de Resolução nº 154/05, se os
Srs. Vereadores concordarem, existe acordo para que eles sejam votados conjuntamente.
Em
votação a proposta de votação conjunta do PR nº 015/06 e do PR nº 154/05.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA a proposta de votação
conjunta.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0018/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 015/06, de autoria do Ver. Carlos
Comassetto, que concede o Prêmio de Jornalismo Carmem da Silva à Radialista
Beatriz Fagundes.
Parecer Conjunto:
- da CCJ e CECE.
Relatora-Geral Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 06-03-06.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
N. 7072/05 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 154/05, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que concede o título
honorífico de Esportista Exemplar ao atleta Fernando Rangel Paradeda.
Parecer Conjunto:
- da CCJ e CECE. Relator-Geral
Ver. Ibsen Pinheiro: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 22-02-06.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em
discussão o Projeto de Resolução nº 015/06 e o Projeto de Resolução nº 154/05.
(Pausa.) Não há quem os queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS os dois Projetos de Resolução.
Quero mais uma vez lembrar
ao Plenário que existe um acordo, com relação aos dois Projetos de Resolução,
no sentido de não haver encaminhamentos e passarmos diretamente ao processo de
votação.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. N. 020/06 – (Proc. N. 0954/06 – Bancada do PT, Bancada do PMDB, Bancada do PC do B, Bancada do PPS, Bancada do PSB, Bancada do PDT, Bancada do PTB, Bancada do PL e Bancada do PFL) – requerem Moção de Solidariedade aos cinco cidadãos cubanos presos nos Estados Unidos, e aos seus familiares. (incluído em 01-03-06)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
João Antonio Dib, o Requerimento nº 020/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)
APROVADO por 18 votos SIM,
01 voto NÃO e 03
ABSTENÇÕES.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. s/n. (Ver.ª Clênia Maranhão) – requer Regime de Urgência para o Processo n.
7230/05 - PLCE 014/05, que dispõe sobre
a aprovação e licenciamento de projetos para habitações de interesse social
referente aos programas que venham a atender a demanda habitacional prioritária
(DHP), conforme dispõe o § 3º do art. 22 da Lei Complementar n. 434/99 e a Lei
Complementar n. 284/92. (incluído em
06-03-06)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento s/n°, de
autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência para o PLCE nº
014/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. s/n. (Ver.ª Clênia Maranhão) – requer Regime de Urgência para o Processo n.
7232/05 - PLCE 015/05, que dispõe sobre
o parcelamento do solo sob a forma de loteamento para atender ao Programa de
Arrendamento Residencial – PAR da Caixa Econômica Federal, ao Programa
Habitacional de acordo com a Resolução 460 do FGTS, ambos da Caixa Econômica
Federal e outros programas oficiais que venham a atender a Demanda Habitacional
Prioritária (DHP) em conformidade com o § 3º do art. 22 da Lei Complementar n.
434/99 e dá outras providências. (incluído em 06-03-06)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento s/n°, de
autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência para o PLCE nº
015/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. N. 025/06 – (Proc. N. 1074/06 – Ver. Nereu D'Avila) –
requer Moção de Repúdio à atitude do Zagueiro e Capitão Antônio Carlos, do
Juventude, contra o Volante Jeovânio, do Grêmio, durante jogo entre os times.
(incluído em 09-03-06)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento nº 025/06, de
autoria do Ver. Nereu D’Avila, que requer Moção de Repúdio à atitude do
zagueiro e capitão do Juventude, Antônio Carlos, que praticou ato repulsivo de
racismo contra o volante Jeovânio, do Grêmio. Ver. João Antonio Dib para
encaminhar.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, sistematicamente eu não voto Moção de Repúdio,
porque nem sempre eu sou juiz capaz de analisar o que aconteceu; eu não estava
presente, eu não vi. Sempre eu me abstenho de votar. Portanto, hoje faço a
mesma coisa: abstenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento nº 025/06. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o Requerimento nº 025/06, com
a abstenção do Ver. João Antonio Dib.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
N. 4038/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 188/05, de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro, que convoca consulta à
população para o cercamento de logradouros públicos, como largos e parques, com
área superior a 50 mil metros quadrados (cinco hectares), mediante plebiscito,
previsto no art. 20-A da Lei Complementar n. 12, de 07 de janeiro de 1975, e alterações posteriores (Código de Posturas), a ser realizado concomitante com
as eleições de 2006, em conformidade com a Lei Complementar n. 282/92, sendo a
Comissão Coordenadora do processo de plebiscito indicada pela Mesa Diretora da
Câmara no prazo de 30 dias após a publicação desta Lei.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia, por força do
art. 81 da LOM, em 23-11-05.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL nº 188/05. O Ver. Ibsen
Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL nº 188/05.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr.
Presidente, estou convencido de que estamos iniciando uma discussão de grande
relevância. Esta Sessão é histórica, Sr. Presidente, e as que se seguirão,
culminando com a votação desta matéria, pela sua relevância, pelo seu impacto
no sentimento da Cidade, pelas divergências estabelecidas ao longo de décadas e
sobre a discussão recorrente no ambiente urbano a respeito do tratamento que se
deve dar aos parques, jardins e praças quanto à proteção.
A rápida, a acelerada
urbanização ocorrida em nosso País estabeleceu níveis de perplexidade a
propósito da convivência urbana e especialmente da ocupação dos espaços
representados pelos parques, pelas praças e pelos jardins.
O meu Projeto tem a intenção de contribuir para que
nós levemos essa matéria ao arbitro supremo das nossas posições, que é o povo
eleitor da nossa Cidade. Vigora em Porto Alegre uma Lei Complementar da
inspiração do Ver. Professor Garcia, que submete qualquer cercamento de praça
ou parque a um plebiscito prévio. Parece-me uma Lei sábia, mas tem uma
capacidade engessadora, sem dúvida, porque ela não distingue circunstâncias.
Tanto a discussão envolverá um parque de dezenas de hectares, como o Marinha do
Brasil, ou, eventualmente, uma praça de menos de um hectare.
O meu Projeto tentou fazer uma linha divisória.
Confesso que não tenho muita clareza se o divisor de cinco hectares ou mais
para o cercamento é o ideal. Mas é uma matéria que está recém em discussão,
suscetível até mesmo ao emendamento das Lideranças para que possamos construir
um mecanismo que ao mesmo tempo leve a arbitragem e também flexibilize a regra
estrita da Lei Complementar em vigor. O que estou propondo é que, mediante a
aprovação dos órgãos técnicos ambientais e urbanísticos da Prefeitura, possa o
Município cercar os parques, desde que tenha havido a aprovação que agora se
propõe.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ibsen Pinheiro, primeiramente quero
cumprimentá-lo pelo Projeto. Nós, aqui na Casa do Povo, na Casa Legislativa,
representamos a sociedade. Aqui nós votamos os Projetos, representando a
vontade da sociedade. É uma delegação da vontade da sociedade e o seu Projeto é
grande em todos os sentidos, porque ele deixa diretamente para a sociedade o
poder de decidir. É o exercício direto da democracia, esse seu Projeto é um
Projeto que engrandece Porto Alegre, vai dar oportunidade, inclusive, de os
jovens e de as crianças opinarem e influenciarem os seus próprios pais na hora
de votar. O que nós precisamos fazer aqui é transmitir à sociedade essa
intenção de dar a ela o direito de votar e não que esse ou aquele Vereador seja
a favor ou contra o cercamento dos parques.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Agradeço a V.
Exª, Ver. Bernardino Vendruscolo, e termino essa manifestação com um apelo aos
35 colegas, não para que mudem de opinião ou atendam a um raciocínio do autor
do Projeto ou a qualquer um sobre o conteúdo. Essa matéria tem longa
divergência e eu suponho que ela permanecerá, mas, talvez nós possamos
construir um patamar de unidade sobre a idéia de levar ao povo eleitor de Porto
Alegre a deliberação definitiva sobre essa matéria. Tenho convicção de que é
possível construirmos, com todas as Bancadas, o encaminhamento nessa direção. E
por que proponho um plebiscito junto com as eleições gerais de outubro deste
ano? Ao menos, por duas razões: pela ausência de custos, porque o próprio
processo eleitoral, bastando definir-se a programação respectiva, pode dar ao
eleitor, na mesma ocasião em
que votar para Presidente, para Governador, Deputado e Senador, também, na urna
eletrônica, a oportunidade de votar o plebiscito sobre o cercamento de parques
da nossa Cidade, com a vantagem adicional, mas importantíssima, de aproximar a
instituição política, representada pelo voto plebiscitário, do processo
eleitoral, da própria Justiça Eleitoral!
Então,
concluo com este apelo, por variadas razões, a menos significativa das quais é
a nossa divisão, perfeitamente natural, sobre o cercamento ou não, ou sobre o
tamanho das áreas suscetíveis de cercamento. Mas que aprovemos um processo profundamente
civilizatório de levar à soberania do povo da nossa Cidade a definição que nós
buscamos pelo menos há três décadas. Muito obrigado, meus colegas.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 188/05.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o nosso inesquecível Jean Jacques Rousseau,
quando se referia aos tipos de democracia que poderiam existir, dizia que se os
deuses habitassem a Terra, a democracia seria direta. Como nós não somos
deuses, nós precisamos de representantes. E aí, no desenvolvimento desse
raciocínio e com a ajuda de outros pensadores, quase no início da Modernidade
até o início da Revolução Francesa, indiscutivelmente nós vemos plasmando-se
pela história a questão da democracia representativa. A democracia subentende
algo emanado do povo, mas principalmente alguma coisa que tenha procuração,
alguma idéia que seja colocada em prática pelos representantes, mas vinda da
periferia da sociedade, do povo, da massa, especialmente das pessoas que,
através dessas idéias, canalizaram e formaram partidos. Então, daí a
necessidade de uma organização política, de um Estado, e, principalmente, a
necessidade da participação da população, não só no dia da eleição, mas em
outros atos que claramente vão mostrar que esta Casa representa, pelos seus
votos, pela sua procuração, a vontade da população. Pois é exatamente lidando
com alguma coisa polêmica, alguma idéia extremamente controvertida, em que os antagonismos
se mostram acesos, é que nós vamos em busca do eleitorado, nós vamos em busca
da população, no sentido de termos um plebiscito em que o Sim ou o Não são
fundamentais para o fechamento dos nossos parques.
Evidentemente,
eu me coloco na situação de que eu estarei, nesse dia, lutando para que a
população vote Não ao fechamento dos parques, porque os parques foram feitos
para ficarem abertos e não fechados. E, se não há Segurança, providenciemos
Segurança, mas não cercas. Não podemos transformar a ágora em claustro, a
liberdade em prisão. Isso nós já fizemos com as nossas casas. Mas quando é
preciso, é necessário um espaço, quando é necessária a lonjura e a amplidão da
ágora, nós não podemos abrir mão dela, sob todos os motivos, sejam eles
psicológicos, antropológicos, sociológicos, para, numa atitude soi-disant Segurança, se passasse a
vender a idéia de que uma cerca traria Segurança. Sem falar nas questões
orçamentárias. Meu Deus do Céu, nós precisamos, desesperadamente, de dinheiro
para a Saúde, para a Educação, e não para fechamento de parques. “A praça é do
povo assim como o céu é do condor”, e nós não podemos abrir mão disso de jeito
nenhum. Mas o plebiscito é válido, a pergunta é válida, e a população vai saber
muito bem que uma das formas de marginalização, uma das formas de exclusão, uma
das formas de rejeição social é através do fechamento das estruturas todas. O
fechamento dos parques é uma delas. E eu peço aos meus companheiros que lutemos
no dia do plebiscito pela abertura dos parques, porque parques com mais de
cinco hectares podem ser fechados. E são esses que não podem ser fechados, eles
têm que ser abertos! E já votamos, nesta Casa, algumas coisas que eu entendo
como erros da instituição. Nós votamos a favor do fechamento de um parque, se
dizendo um parque particular, quando era um parque público, como o Parque
Germânia, e daqui a algum tempo nós vamos ver as conseqüências desse erro. Mas
principalmente nós vamos ver que o plebiscito vai servir para que esta Casa,
com os seus antagonismos, com as suas dificuldades em aprovar ou não e, às
vezes, com os seus empates - não só numéricos, mas ideológicos - perceba que
pode ter a solução do desempate com a consulta plebiscitária.
Por
favor, não fechem os parques, não tirem o ar dos poetas e nem os versos dos
passarinhos. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir o PLL nº 188/05.
O
SR. NEREU D’AVILA: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, este
Projeto do Ver. Ibsen Pinheiro enseja que se discuta a questão do patrimônio
público, o patrimônio depredado, o patrimônio violentado nos tempos infelizes
em relação à segurança que estamos vivendo. Recomendaria ao nobre Ver.
Sebenelo, que se manifestou anteriormente, somente duas coisas. Primeiro, que
ele, que às vezes tem devaneios de intelectualidade, lesse com atenção o
escritor Luiz Antônio de Assis Brasil, que disse exatamente, num artigo
magnífico, magistral de domingo na Zero Hora, que cercar é libertar. É que
exatamente a intelectualidade...
O
Sr. Claudio Sebenelo: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. NEREU D’AVILA: Eu
não lhe pedi aparte, e eu tenho pouco tempo. Não vou dar aparte. A
intelectualidade tem alguns pontos de entendimento acima da vã filosofia.
Então, há que se entender o que é liberdade, e cercar. E esse apelo: por favor,
não fechem os parques, já tivemos que fechar as nossas casas... As nossas casas
podem, porque nós preservamos o nosso bolso, o nosso interesse, o nosso
patrimônio. Mas o patrimônio público, a Redenção, o Marinha do Brasil, bom, se
depredarem, vão lá e arrumam de novo, porque o povo está aí para pagar. Então,
é um discurso vão.
A
segunda coisa que eu recomendaria ao nobre Vereador, além de ler Assis Brasil,
que fez esse magnífico artigo, depois comentado pelo Paulo Sant’Ana na Zero
Hora, é que visitasse outras Capitais. Não precisa sair do Brasil, não precisa
ir a Madrid, onde eu fotografei o Parque Viejo, que é magnificamente cercado.
Mas com mesquinhez algumas pessoas acham que cercar é botar uma cerca de arame
farpado, como se cercam as invernadas para criação de boi e de ovelha no
Interior do Rio Grande. Não, cercar é proteger o dinheiro do povo, cercar é
proteger o patrimônio. Tanto que a Redenção...
O
Sr. Raul Carrion: V. Exª
permite um aparte?
O
SR. NEREU D’AVILA: Eu
não vou dar aparte. Tanto que na Redenção - e o Professor Paulo Brossard foi
até lá - todos os monumentos de ferro e que enfeitam estão numa sala, porque
senão são depredados. É depredado o patrimônio.
Eu tenho um Projeto que completa agora, no dia 25 de abril, 15 anos, para cercamento do Parque da Redenção. E, no início, essa falsa argumentação de que vai tirar a liberdade dos passarinhos e disso e daquilo foi-se diluindo pela necessidade imperiosa de proteger-se o patrimônio e dar-se disciplina dentro da liberdade que é concedida.
E
o Projeto do Ver. Ibsen é no sentido da infeliz idéia do Ver. Garcia, que, no
final de uma Legislatura, no cansaço de um final de dezembro, conseguiu alterar
a Lei Completar nº 12, trazendo o tal plebiscito. E foi uma loucura esta Câmara
aprovar isso. Porque o patrimônio público tem que ficar ao alvedrio de quem é
responsável pelo Executivo! É o Executivo que determina o fechamento ou não.
Por que o que a pessoa lá da Restinga, lá dos cantões da Vila Mário Quintana
vai saber de cercar o Parque da Redenção, se é bom, se é ruim? Ele não tem nem
para comer, tem que se preocupar é com o estômago, com o filho no colégio.
Então é para isso que se elegem os representantes, os Prefeitos, é para
assumirem as responsabilidades públicas.
Agora mesmo o Poder Executivo está com a necessidade premente de fechar o Parque Marinha do Brasil. Não pode, porque existe a necessidade de um plebiscito. Então eu já disse aqui e repito, concluindo, que vou votar favoravelmente, acho que a iniciativa do Ver. Ibsen foi importante no sentido de aproveitar, já que tem o tal plebiscito, mas já entrei com um Projeto para tirá-lo, porque acima de cinco hectares todos os parques, então, ficam ao alvedrio de um plebiscito!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 188/05.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é preciso,
inicialmente, que se enquadre o Projeto em debate, em discussão. Não se está
votando, neste Projeto, o cercamento de áreas, praças e parques acima de cinco
hectares, o que se vota nesta matéria, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é,
exatamente, levar-se o cercamento à deliberação popular, ao povo; levar-se à
consulta plebicitária no período eleitoral, nas eleições próximas, nas eleições
deste ano.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a meu juízo, é
muito difícil sustentar-se contrário ao presente Projeto. Muito difícil, porque
chamar o povo para decidir é diferente de um projeto onde aqui se estaria
decidindo fazer o cercamento de parques e áreas acima de cinco hectares.
Então, Ver. Ibsen Pinheiro, é, a juízo deste
Vereador, inegável a iniciativa de V. Exª, porque seria negar o direito do povo
de se manifestar sobre uma matéria dessa relevância.
Então, o que se está discutindo é exatamente: o
povo será chamado, ou não? O povo será chamado? Pelo projeto de V. Exª é dizer
sim ou não. Por certo estarei do lado da campanha do não, por razões que já
tenho expendido desta tribuna por entender, Ver. Ibsen Pinheiro, que a natureza
do parque, a natureza da praça, etc. e tal, da área, é, pelas suas
características, pela sua formatação e finalidades - a juízo deste Vereador - é
o que determina o cercamento, ou não.
Bem, mas o Projeto de V. Exª é chamar o povo a decidir, durante o
próximo pleito, se concorda ou não em fecharem-se os parques, praças, áreas
acima de cinco hectares. Logo, eu vejo absolutamente insustentável a Casa,
representante do povo, negar ao povo ser chamado à discussão e à decisão.
O
Sr. Ibsen Pinheiro: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu escuto V. Exª com muito
agrado e sem surpresa, porque eu conhecia suas duas posições: V. Exª tem
posição contrária ao cercamento, mas ao mesmo tempo é um democrata com uma
formação inquestionável, e V. Exª valoriza no meu Projeto aquilo que ele tem de
principal. O principal não é o cercamento; esse é o aspecto secundário, de um
outro momento, aquele em que V. Exª estará na campanha do “não”, e eu talvez
seja um aliado parcial de V. Exª, porque eu não sou do cercamento a outrance
- todo e qualquer espaço em qualquer circunstância. Não! Podemos, no
processo de tramitação, encontrar nuances que nos aproximem, mas vejo em V. Exª
o espírito democrático de sempre, por posicionar-se quanto ao cercamento de
modo negativo, mas quanto ao plebiscito de um modo positivo. Cumprimento V. Exª
e agradeço.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu
encerro, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, dizendo
que voto favorável, até porque nós, que somos representação da sociedade, da
população, negarmos ao povo o direito de ele se manifestar sobre uma temática
dessa dimensão seria negar a própria delegação que nos dá o povo. Essa é uma
discussão; a discussão, no mérito, é outra história, que nós vamos fazer junto
ao povo, dizendo ao povo que, de forma universal, o cercamento, a este
Vereador, deixa a desejar, porque entendo que, da área da praça, do parque, a
sua natureza e as suas finalidades é que determinam o cercamento. Obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 188/05.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu preciso, antes de
mais nada, colocar algumas dúvidas: a primeira eu entendo que nós não podemos,
com uma lei ordinária, modificar uma lei complementar; está dizendo aqui que
convoca consulta à população para o cercamento de logradouros públicos, como
largos e parques, com área superior a 50 mil metros quadrados (cinco hectares),
mediante plebiscito previsto no art. 20-A da Lei Complementar nº 12 - lei
complementar se modifica com lei complementar, e não com lei ordinária.
Em
segundo lugar: o assunto da importância, da relevância, esse eu acho que não
poderia ser votado pelo art. 81. Em terceiro lugar: se eu vou fazer, na forma
do art. 20-A da Lei, eu preciso ter a audiência do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental - em primeiro lugar -, e este art. 20-A é de
autoria do nobre Ver. Nereu D’Avila, que aqui esteve na tribuna.
A
consulta será feita, no art. 20-A, unicamente ao Conselho Municipal de Meio
Ambiente - Comam, e ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, com
pareceres prévios das Secretarias competentes.
Então
eu não posso fazer um plebiscito se eu não tenho quem pediu para cercar; e não
tenho a opinião do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, e
se eu não tenho o parecer, ou a autorização do Conselho Municipal de Meio
Ambiente, então eu acho que nós nos precipitamos, quando foi pedido o art. 81
para votar esse Projeto; nós deveríamos tê-lo debatido amplamente para que nós
pudéssemos ter condições de chegar a um consenso. Nós já temos uma lei que fala
em plebiscito quando alguém pretende fazer o cercamento. Na verdade, eu disse,
nesta semana mesmo, na segunda-feira, que quando se trata de cercar o Parque
Farroupilha, por exemplo, todos têm razão: os que querem cercar, os que não
querem cercar, os que querem plebiscito, os que não querem plebiscito. Só
esqueceram de perguntar, no Conselho do Meio Ambiente, se dá; e no Conselho
Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, se pode.
Então,
há uma necessidade também de saber se a Prefeitura tem recurso para isso, ou se
há outras prioridades que precisam ser tratadas antes de cercar o Parque
Farroupilha ou qualquer outro parque da Cidade, desde que tenha mais de 50 mil
metros quadrados.
Por
que não pensaram em colocar - e sai mais barato - todas as placas denominando
todos logradouros da Cidade? Por que não fazer isso? Está preceituado na Lei nº
383/51, está preceituado na Lei Complementar nº 12, que honrosamente é da minha
autoria, e nós não temos placas nas ruas da Cidade! Nós vamos fechar primeiro o
parque, e depois, quando nós colocaremos as placas?
O
Sr. Ibsen Pinheiro: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Dib, com o respeito
que tenho por V. Exª, permita-me ponderar que o Projeto em tramitação não
altera a Lei Complementar, nem poderia fazê-lo. Trata-se de um Projeto de Lei
Ordinária. Ele, ao contrário, cumpre a Lei Complementar.
Leio
o art. 20-A, da Lei Complementar nº 507, de 5 de agosto de 2004 (Lê.): “Os
logradouros públicos, tais como largos e parques, somente poderão receber
cercamento com parecer permissível ao projeto pelo Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano Ambiental, adequadamente, após a aprovação, por consulta
à população mediante plebiscito”.
A
previsão do plebiscito está na Lei Complementar. A convocação se faz por Lei
Ordinária. Há previsão expressa por Lei Ordinária para o cumprimento da regra
da Lei Complementar! Permita-me que eu pondere a V. Exª que se está cumprindo a
Lei, e por ser uma regra da Lei Complementar é que o meu Projeto não reproduz
esse texto, por desnecessário, porque ele continuará em vigor.
Por
último, nobre Vereador, este Projeto que nós estamos discutindo terá um
conteúdo autorizativo, porque ele dependerá da prévia aprovação dos conselhos
urbanístico e ambiental. Então, o Município, por meio da discussão com o Poder
Executivo, não estará obrigado a sair cercando todos os parques, mas estarão,
sim, os seus órgãos ambientais e urbanísticos. E tendo a aprovação deles,
cogitar do cercamento. Esta é a ponderação que eu queria deixar no espelho de
V. Exª
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Vereador,
até posso concordar com V. Exª, seu raciocínio é lógico, mas a Lei Complementar
exige - esta que alterou, e foi do Ver. Nereu D’Avila, nº 541/06 - que se faça
audiência do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e do Conselho
Municipal do Meio Ambiente. Ora, como nós vamos colocar um plebiscito, quando
nós não sabemos se há interesse. Nós sabemos que o Ver. Nereu D’Avila é um
extremado defensor, nós sabemos que o Paulo Sant’Ana é outro extremado defensor
do cercamento do Parque Farroupilha, mas eu não sei se o Conselho do Plano
Diretor e o Conselho Municipal do Meio Ambiente me diriam: “Pode fazer o
plebiscito, porque nós queremos que seja acertado”. Ou se eles dizem que não
aceitam o cercamento, ou alguém pensa que o cercamento do Parque Germânia não
passou no Conselho de Desenvolvimento Urbano e Ambiental e no Conselho
Municipal do Meio Ambiente, aliás, Emenda que nós colocamos aqui, e passou.
Primeiro,
é necessário que haja, na forma do art. 20-A, da Lei Complementar nº 12, a
audiência do Conselho do Plano Diretor e do Conselho do Meio Ambiente. Se não
houver isso, acho que não posso fazer plebiscito. Ainda é preciso saber se a
Prefeitura tem os recursos necessários, porque cercar o parque não é uma das
coisas mais fáceis, não é uma cerca de tela que vai ser colocada num parque.
Acho que nós não teríamos condições de fazer neste ano esta proposição do Ver.
Ibsen, que eu respeito, mas acho que não é o momento, sem que nós tivéssemos
discutido amplamente com as diferentes Comissões da Casa. Por isso, eu coloco
todas as dúvidas que aqui coloquei, e tendo dúvidas, eu só posso me manifestar
contrariamente. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Solicito à Verª Margarete Moraes que assuma a presidência dos trabalhos para
que eu possa fazer uso da palavra.
(A
Verª Margarete Moraes assume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 188/05.
O
SR. LUIZ BRAZ: Verª
Margarete Moraes, presidindo os trabalhos, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, eu já inclusive disse ao Ver. Ibsen Pinheiro
que ele terá o meu voto favorável, apesar de ter várias dúvidas com relação ao
Projeto e à sua eficácia. O que eu gosto no Projeto do Ver. Ibsen Pinheiro é
que ele vai trazer para nós uma inovação, algo que já é costumeiro na democracia
norte-americana, mas que nós, aqui em Porto Alegre, pela primeira vez, vamos
experimentar, que é fazer com que a nossa população possa ser consultada, por
intermédio de um plebiscito, para se manifestar se quer ou não cercar parques.
Isso na verdade vai atender ao interesse local, e, em todas as regiões em que
vão acontecer essas eleições gerais - vão acontecer em todo o Brasil - nós
poderemos ter, em cada Município, um plebiscito para atender à consulta
referente ao interesse daquela localidade.
Então,
eu acho que realmente essa tentativa do Ver. Ibsen, por intermédio deste
Projeto, traz para nós essa inovação, que poderá, Ver. Ibsen, ser também
seguida por tantos outros Vereadores que vão propor ao Tribunal Regional
Eleitoral, no sentido de que possa adotar também outras consultas
plebiscitárias para atender ao interesse da nossa Cidade.
O
Sr. Ibsen Pinheiro: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero ilustrar o
pronunciamento de V. Exª e cumprimentá-lo também pela amplitude da observação
que faz, mas trazendo uma informação. Ontem, eu fui procurado em meu gabinete
por um Vereador do interior do Estado, de um pequeno Município que está
deliberando construir a nova sede da Câmara Municipal. E esse Vereador veio me
consultar, pedir uma orientação, uma ajuda técnica até, sobre a formulação de
um projeto de lei que possa terminar, no caso deles, num referendo, porque eles
já têm lei aprovada, mas é a mesma coisa, por meio da consulta à população,
sobre a construção de um prédio novo para Câmara. Veja que uma idéia que V. Exª
festeja pelo seu conteúdo, não pelo aspecto importante, mas secundário: se vai
cercar ou não vai cercar. Isso é importante, mas a idéia mestra é ouvir o povo.
E assim como não achei boa a idéia de submeter o povo à questão do armamento,
embora eu tenha gostado do resultado - mas aquela era uma matéria que não
achava que devesse levar -, já as questões locais, essas são típicas questões
do plebiscito, até porque, aproximam a instituição política da população.
Por
isso eu quis trazer esse depoimento desse Vereador de um pequeno Município, que
viu, também no referendo, a idéia de submeter a construção de um prédio novo
para a Câmara, à vontade da população.
O
SR. LUIZ BRAZ: Agradeço
muito, Ver. Ibsen Pinheiro. Ver. Ibsen, imagine que esta Câmara aprove este
Projeto - e eu acredito que vai aprová-lo...
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, é claro
que todo problema do plebiscito está em função do Parque Farroupilha, então, eu
preciso colocar um fato que deixei de dizer na tribuna, é um patrimônio tombado
e, como tal, ele não pode ser tocado, ele não pode ser cercado sem que haja
manifestação dos Conselhos, sem que haja a necessidade da ouvida de todas as
partes que interferem. Eu só quero dizer que foi proposto o cercamento da Fonte
Talavera com motivo dos 400 anos de Cervantes, por motivos de Dom Quixote,
doados à Prefeitura, e o Conselho de Patrimônio Histórico não permitiu ainda -
pode ser que permita, mas não permitiu. Enquanto não houver isso, não haverá
nada.
O
SR. LUIZ BRAZ: Agradeço.
Para encerrar, meu tempo está no final, Verª Margarete Moraes, eu devo dizer,
apenas, Ver. Ibsen Pinheiro, imagine que o Projeto de V. Exª vai ser aprovado,
eu tenho certeza de que vai ser aprovado aqui por esta Câmara, mas imagine que
vamos lá para o plebiscito, que a população vote favoravelmente no plebiscito
ao cercamento, mas, assim mesmo, nós ainda vamos lutar com um problema
gravíssimo que é o problema de orçamento. Nós sabemos que não apenas esta
Prefeitura, mas as Prefeituras em geral - é difícil nós encontrarmos um
Município, aqui no nosso País, em que as Prefeituras não estejam, na verdade,
fazendo verdadeiras ginásticas com seus Orçamentos para dar conta daquilo que é
prioritário para população.
Quero
fazer uma pequena diferença também entre o cercamento do Parque Germânia e o
cercamento dos outros que estão sendo propostos. No caso do cercamento do
Parque Germânia, existia, na verdade, um financiamento privado. O Parque não se
tornou um parque privado, mas o cercamento todo foi financiado por uma empresa
privada. Aquele cercamento não vai custar nada para a população.
Agora,
não é o caso do cercamento da Redenção, que está sendo proposto há bastante
tempo.
Quanto
é que o cercamento da Redenção iria custar para os cofres públicos - aqui, no
caso, para o Município de Porto Alegre? Será que temos suporte para isso?
Mas
acho que vale a pena inaugurar essa nova espécie de democracia para todos nós,
atendendo a interesses locais, que é colocar nas eleições gerais, como é o caso
das que vêm em outubro, as consultas para que a população possa se manifestar
com relação a se quer ou não o cercamento dos parques. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Professor Garcia está com a palavra
para discutir o PLL nº 188/05.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, fiz algumas anotações que acho importante para a discussão e o bom
entendimento.
Primeiro,
se discutiu há pouco, a questão do Parque Germânia, que é, na realidade, algo
privado que está sendo entregue para o Poder Público.
E
a própria Lei de Loteamento, uma Lei Federal, prevê que as áreas, quando são
condominiadas, um determinado percentual tem de ser repassado para a
Municipalidade.
E
o que foi feito? O investidor tinha interesse em cercar. Foi aprovado aqui que,
neste caso, pode, porque os custos não são, em nenhum momento, feitos pelo
Executivo, ou seja, pelo Poder Público.
Em
cima disso, não é o que acontece com o que está sendo proposto.
Claro,
sendo aprovado o plebiscito, ainda tem a questão toda a ser analisada, de como
será feito o cercamento, ou não - porque aqui estamos partindo de um
pressuposto que, saindo o plebiscito, será aprovado - aprovado ou não. Claro
que há todas essas circunstancias.
O
Sr. Ibsen Pinheiro: Então, não estará o Município
obrigado. Agora, não cuidei das despesas de Orçamento, porque não teríamos nós
nesta Casa iniciativa legislativa nessa matéria. Essa matéria é privativa do
Executivo, para propor. Mas, uma vez aprovado o Projeto de Lei, aí se
desencadeia o momento de o Poder Executivo discutir e, nessa ocasião, eu tenho
certeza de que poderei sustentar que o cercamento de parques em Porto Alegre,
levantando as possibilidades
de marketing; não terá custo, terá
lucro!
O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado. Eu só quero complementar,
dizendo que, no mérito, eu sou favorável; vou votar favorável, já havia me
manifestado a respeito, só não entendi, mais uma vez, a posição do Ver. Nereu,
quando ele diz que a Lei Complementar, de minha autoria, foi “no apagar das
luzes”. Ora, foi aprovado, inclusive, com ele presente, e votou “sim”. Eu fico
muito preocupado, porque parece que ele foi obrigado, e mais preocupado fico,
quando ele fala que o povo da Restinga, que muitas vezes não tem o que comer,
não tem nada a ver com a Redenção. Primeiro, estão segregando um segmento
importante com mais de 50 mil habitantes da população, e essa comunidade,
recentemente, foi campeã do carnaval! Eu acho que todos os porto-alegrenses, o
povo do Rio Grande do Sul têm um carinho especial pela Restinga! Não aceito
esse tipo de discriminação por parte do Ver. Nereu D’Avila. E, ainda mais: os
moradores da Restinga utilizam também esse espaço, porque o Parque da Redenção
é um parque da cidade de Porto Alegre! É um parque no Estado do Rio Grande do
Sul! Então, temos de ter esse cuidado, porque, daqui a um pouquinho, na ânsia
de se fazer um pronunciamento, pode ficar segregado um segmento especial pelo
qual eu tenho um carinho muito grande, que são os 55 mil moradores do povo da
Restinga. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra para discutir o PLL nº 188/05.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Verª Margarete Moraes, presidindo os
trabalhos, colegas Vereadores e Vereadoras, quanto ao debate que fazemos aqui
hoje, que nos propicia o Projeto do Ver. Ibsen Pinheiro, creio que nós temos
que aprofundar, aqui, o entendimento de conceitos de cidade que nós queremos.
Eu já vim a esta tribuna e já expressei a minha opinião no sentido de que sou
contra o cercamento de parques. Por quê? Sou contra cercamentos de parques;
para mim, cercamento é igual a cerceamento! E quero, aqui, trazer algumas
outras questões conceituais, Ver. Ibsen Pinheiro. Universalmente, ou seja, em
todas as cidades do mundo, em todos os Planos Diretores existentes, como são
conceituados, como são chamados os parques, os largos e as praças? “Espaços
abertos”. Esse é o conceito urbanístico, arquitetônico e ambiental dado aos
parques, largos e praças. São chamados universalmente de “espaços abertos”. Se
eles são conhecidos e trabalhados universalmente, Ver. Elói, como espaços
abertos, como podemos nós defender que sejam cercados?
E
aí quero dizer mais: lei para fazer plebiscito para cercar ou não nós já temos!
Não precisamos fazer outra lei! A lei já existe! Portanto, quem sugere que seja
feito um plebiscito, como é a lei do Ver. Ibsen, numa determinada data,
definida, é porque tem uma posição clara a favor do cercamento.
Eu
quero aqui discutir o conceito de “cidade” sob esse ponto de vista, e aí temos
que ter o entendimento seguinte: o Projeto de cada parque da Cidade tem a sua
identidade própria! Não existem dois parques iguais e com a mesma finalidade!
Cada parque é único nas cidades. E os nossos ainda mais. Cada parque é único
quanto à sua localização! O Parcão é diferente do Parque Harmonia, que é
diferente da Redenção, quanto à sua localização. Quanto aos seus projetos
urbanísticos, cada um tem a sua característica e o seu entendimento. Portanto,
para cercar um parque, no seu Projeto já deveria estar contemplada a
possibilidade da cerca que iria incorporar-se ao projeto urbanístico! O projeto
é único quanto à sua vegetação! O projeto é único quanto aos seus equipamentos!
Os projetos são únicos quanto às características culturais de cada parque! Eu
volto a dizer que nós temos que discutir aqui: Porto Alegre, capital mundial da
democracia; nós queremos que os nossos espaços abertos - que são conceituados
mundialmente assim em qualquer discussão, em qualquer academia de Arquitetura -
sejam transformados em espaços fechados?
Ver.
Ibsen, eu já discuti com V. Exª em alguns programas de rádio, e para mim esse
conceito de cercamento é igual a cerceamento. Por quê? Estamos, sim, discutindo
a liberdade de ir e vir, nessa questão dos parques. Imaginem qualquer um de
nós, no Brique da Redenção, quando quisermos adentrar no Parque da Redenção e
termos uma cerca pela frente, teremos que fazer uma volta até um determinado
portão. Essa é a figura que temos que entender para analisar.
Tem mérito, sim, o Projeto do Ver. Ibsen, que está
aqui nesta discussão. Agora, para mim está muito claro, se quisermos fazer
plebiscito, já existe Lei, não é necessário nós fazermos uma nova lei.
Portanto, uma Lei específica para ter plebiscito numa determinada data, é
porque quem apresenta é a favor de um conceito de cidade, de um conceito de
sociedade. E que nós temos, sim, que discutir com profundidade o modelo de
cidade que queremos, inclusive nas relações entre a sua sociedade.
Portanto, a minha posição, contribuindo aqui para a
discussão, é muito clara: espaços abertos, assim são conceituados
universalmente os parques e as praças. Portanto, não devemos fechar os espaços
abertos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a manifestação do Ver. Comassetto.
O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
discutir o PLL nº 188/05.
O SR. RAUL CARRION: Exma
Verª Margarete Moraes, que preside os trabalhos, aliás, nossa primeira
Presidenta desta Casa, ficará marcado na história; demais Vereadores e Vereadoras,
Ver. Ibsen Pinheiro, solicito que não me peçam apartes, por ser um assunto
complexo, eu gostaria de desenvolver o meu raciocínio; é um tema em que estamos
opinando, mas abertos à modificação. É simplesmente para poder desencadear o
raciocínio.
Primeiro, era importante que todos os Vereadores
atentassem para a legislação em vigor, para ver o que está sendo proposto. A
legislação em vigor sobre esse tema é a Lei Complementar nº 12 - modificada
pela Lei Complementar nº 507 - no seu art. 20-A, através de um Projeto de 2004,
que diz o seguinte: (Lê.) “Os logradouros públicos, tais como largos e parques,
somente poderão receber cercamento com parecer permissível ao projeto pelo
Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental, adequadamente, após a aprovação
por consulta à população mediante plebiscito”.
Portanto, Ver. Ibsen Pinheiro, no meu entender, a
exceção colocada aqui é o cercamento. Temos que ver o espírito da Lei, vejam
bem: somente poderão receber cercamento após consulta à população, e terão que
ter ainda o parecer permissível. Eu entendo, Ver. Ibsen, que o plebiscito tem
que ser concreto no espírito dessa Lei, ou seja, o plebiscito é para o Parque
da Redenção ou é para o Parque Marinha, porque ele vai precisar, inclusive, de
um parecer. Não está colocada aqui a idéia de um plebiscito genérico na Cidade.
Todos os locais que tiverem mais de cinco hectares serão cercados. Não é o
espírito da legislação complementar. E se a legislação complementar aponta para
a necessidade de um plebiscito concreto, preciso, a proposta do Ver. Ibsen
extrapola o que a Lei Complementar autoriza.
Aí, eu quero entrar no segundo ponto. Qual é a
proposta do Ver. Ibsen, com o maior respeito? Reduzindo em miúdos: todos os
logradouros, parques ou largos, Ver. Sebenelo, que tenham mais de cinco
hectares, deverão ser cercados. E a Lei Complementar diz outra coisa: aqueles
que tiverem que ser cercados terão que ter a aprovação do plebiscito. Então, o
plebiscito ou elenca todos os parques, largos, com mais de cinco hectares e
submete isso à apreciação do povo, ou o povo estará votando um plebiscito sem
conhecimento do que está proposto, porque ele nem sabe quais os que têm mais de
cinco hectares.
Então, eu, numa primeira apreciação, acho que com o
Projeto de Lei, não-complementar, extrapola o seu poder, porque vai contra o
espírito da Lei Complementar vigente. Porque, na verdade - vamos ser sinceros
-, modifica a Lei Complementar. A Lei Complementar teria que ser lida, a partir
de agora, assim: toda a área com mais de cinco hectares poderá ser cercada.
Estaria mudando uma Lei Complementar por intermédio de uma lei
não-complementar.
Segunda questão, em que eu vejo perigo dessa
proposta: não se tem uma posição fundamentalista de que nenhum parque possa ser
cercado, e nem se tem de que todos os parques devam ser cercados com mais de
cinco hectares. Eu acho, Ver. João Antonio Dib, que há situação e situação.
O Ver. Nereu D’Avila falava que foi na Europa, na
Espanha, e viu parque cercado. Eu estive, também, na Espanha e vi que inúmeros
parques são cercados. Não precisamos ir tão longe, o Parque Palermo, por
exemplo, em Buenos Aires, é um parque, digamos, exemplar, e não é cercado.
Então, da onde tirar que, agora, a praça - como já dizia Castro Alves: “a praça
é do povo como o céu é do condor” - tem de ser cercada! Nós estamos numa
neurose de segurança, estamos nos enjaulando, é a sociedade se aprisionando!
Então, eu penso, Ver. Ibsen Pinheiro, que se for
feito o plebiscito, teria de ter outro caráter: preciso, concreto e pontual.
Vamos fazer, então, o plebiscito, se for o caso, se deve cercar ou não a
Redenção, se deve cercar ou não o Marinha, mas não uma tese genérica, senão,
amanhã ou depois, se criarmos um novo parque, ele já vai nascer cercado, porque
tem mais de cinco hectares. E aí, eu não quero entrar no conteúdo, mas a
permeabilidade da Cidade fica sacrificada. Ou vamos fazer quinze cercamentos na
Redenção, ou em outros parques ou no Parque Marinha.
Eu acho que o tema é complexo, acho que a intenção
do Ver. Ibsen Pinheiro é importante, mas nós temos de avaliar muito bem. Eu, no
meu parco entendimento, me parece que ele se opõe, se contradiz com uma Lei
Complementar. E ao se contradizer com uma Lei Complementar tem de ser
complementar também. Mas vamos debater, temos um compromisso com o Ver. Ibsen
Pinheiro, que, aliás, está encaminhando de uma forma correta, sem querer
simplesmente votar, ganhar aqui ou acolá, mas aberto para discutir, negociar
emendas, etc. Então, saúdo esta atitude do Ver. Ibsen Pinheiro e estou
colocando preocupações, aqui na tribuna, nesta primeira intervenção. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Visivelmente
não há quórum, mas segue em aberto a discussão do PLL nº 188/05, de autoria do
Ver. Ibsen Pinheiro. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h50min.)
* * * * *